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sábado, 19 de novembro de 2011

Toxoplasmose: Cuidado com a “doença do gato” na gravidez

A toxoplasmose, transmitida pelo contato com fezes contaminadas do animal, pode levar à má formação fetal entre outros riscos

Seu gatinho de estimação não precisa ser colocado para fora de casa, mas ao confirmar sua gravidez você deve redobrar os cuidados em relação ao contato com o animal. Isso porque as fezes do bicho, contaminadas pelo parasita toxoplasma, são as principais causadoras da toxoplasmose – daí a razão de também ser conhecida como “doença do gato” -, colocando em risco a saúde do feto.

Outras formas de transmissão da doença são a ingestão do microorganismo por meio da carne crua ou mal cozida, verduras cruas e frutas e verduras mal lavadas.

Se não diagnosticada a tempo na gestação, ela pode acarretar sérios danos ao bebê. Os problemas vão desde má formação fetal, a problemas oculares, auditivos e, em casos mais extremos, à morte.

A toxoplasmose pode ser contraída a qualquer momento da vida de qualquer pessoa e geralmente passa despercebida, porque é assintomática. Uma vez que teve a doença, a mulher fica livre de maiores riscos neste período.

“Há 25 anos, durante o pré-natal, detectávamos o contato com a toxoplasmose em 50% das mulheres. Atualmente só 20% têm evidências dessa infecção no passado. Ou seja, 80% das grávidas são candidatas a ter a doença”, alerta o infectologista Celso Granato, assessor Médico do Fleury Medicina e Saúde.

A mulher só descobre que já teve ou não contato com a toxoplasmose por meio de exames de sangue (IgM e IgG), solicitados assim que se confirma a gestação e geralmente repetidos na 28ª semana. “A doença pode ser contraída a qualquer tempo na gravidez, mas no primeiro trimestre sua manifestação é mais grave, pelo fato dos órgãos da criança ainda estarem em formação”, diz Mario Henrique Burlacchini, especialista em medicina fetal e professor doutor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.

Quando a toxoplasmose é diagnosticada, o tratamento visa um bloqueio placentário, por meio de antibióticos, para evitar que o parasita ultrapasse a placenta e contamine o bebê.

Se em outro exame for constatada a presença do toxoplasma no líquido amniótico, a criança também foi afetada e requer tratamento medicamentoso.

“Apesar de parecerem normais após o nascimento, algumas crianças podem apresentar lesões oculares até os 10 ou 15 anos de vida. Por isso é importante um acompanhamento oftalmológico e a realização anual do exame de fundo de olho, para se intervir precocemente e salvar a visão da criança”, diz Granato.

Alguns cuidados são imprescindíveis para evitar a toxoplasmose e seus desdobramentos. Os especialistas recomendam:

- Evite carnes cruas e mal passadas, como carpaccio e quibe cru. A mesma recomendação vale para os ovos – consuma-os sempre bem cozidos

- Ao manusear carnes cruas, não encoste a mão nos olhos ou na boca antes de lavar bem com água e sabão

- Lave muito bem as frutas, verduras e legumes antes de ingeri-los

- Evite contato com gatos e tudo o que possa estar contaminado com as fezes do animal. Se você tiver um gato de estimação, não precisa abandoná-lo, basta ter alguns cuidados especiais

- Alimente seu gato com carne bem cozida

- Evite contato com o recipiente onde o animal deixa suas fezes. Peça ajuda na hora da limpeza ou use luvas de borracha

- Use luvas de borracha também ao mexer na terra, ao fazer jardinagem

- Restrinja o acesso de seu animal à rua, para evitar que ele se contamine e traga o parasita para sua casa

Fonte Delas

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