O teste clínico mais aguardado das últimas décadas está terminando de forma inglória. A empresa americana Geron, primeira a empregar células-tronco embrionárias em humanos, avisou que não vai mais trabalhar nessa área.
A Geron recebeu permissão do governo americano para injetar as células na medula espinhal de cerca de dez pessoas com lesões recentes na área, que as deixaram paralisadas --problema comum em acidentes de carro ou ferimentos a bala.
A grande esperança envolvendo as células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tecido do organismo, é a de reconstruir órgãos danificados.
Mais especificamente, os acidentados que participam do teste da Geron receberam oligodendrócitos. Essas células do sistema nervoso montam a "fiação" dos neurônios, que acaba sendo cortada durante esse tipo de lesão.
A empresa americana afirmou que vai monitorar os quatro pacientes que já receberam a infusão de células-tronco, e que vai concluir os transplantes já projetados, mas que não testará a abordagem em mais pacientes. Além disso, vai abandonar totalmente o ramo das células-tronco embrionárias.
Em entrevista ao "New York Times", o executivo-chefe da Geron, John Scarlett, disse que "continua acreditando profundamente" na promessa das células-tronco, mas que a atual crise econômica força a empresa a se dedicar a áreas com retorno mais imediato, como drogas contra o câncer.
Por outro lado, o fato é que, embora os pacientes não tenham sofrido efeitos colaterais no teste, também não tiveram melhoras.
Com isso, só há um único outro grupo testando células de embrião no planeta: os também americanos da ACT (Advanced Cell Technology).
Liderados por Robert Lanza, eles estão empregando as infusões celulares contra dois tipos comuns de doença degenerativa da visão. Existem ainda muitos testes com células-tronco adultas, menos versáteis, inclusive no Brasil.
Fonte Folhaonline
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