Estudo revela que dividir as tarefas da casa diminui os conflitos e melhora a vida do casal
Menos brigas, menos culpas, menos rivalidade no casamento, uma mulher muito mais animada e disposta para curtir a vida. Parece conto da carochinha, mas segundo uma extensa pesquisa da Universidade de Cambridge, o segredo é simples: arregaçar as mangas e abraçar a vassoura, o aspirador e os panos de limpeza pode garantir aos homens uma vida conjugal mais feliz.
A pesquisa faz parte de um painel de estudos da Universidade de Cambridge realizado durante cinco anos cujo objetivo era mapear a desigualdade de gênero na sociedade contemporânea. Conduzido pelo sociólogo dinamarquês Gøsta Esping-Andersen, o estudo foi publicado no livro Gendered Lives, que pretende compor um painel abrangente sobre o assunto.
No bojo do estudo, no entanto, uma das maiores surpresas foi descobrir que os homens são mais felizes quando contribuem igualmente nas tarefas domésticas. A pesquisa usava como base o European Social Survey com dados da França, Suécia, Noruega, Dinamarca, Países Baixos, Alemanha e Grã-Bretanha para descobrir o quanto tarefas domésticas provocavam conflitos. Perguntaram aos participantes quanto tempo eles gastavam em tarefas como cozinhar, lavar, limpar, fazer compras e reparos na casa.
Paralelamente, avaliavam indicadores de bem-estar em outros aspectos da vida do grupo estudado.
Os pesquisadores esperavam que os conflitos aumentassem conforme os homens fossem mais ativos nas tarefas domésticas porque, teoricamente, eles estariam sendo obrigados a fazer algo que não gostavam em detrimento de atividades prazerosas. Na prática, aconteceu o oposto. Quando os homens assumiram parte das tarefas, os conflitos diminuíram e o bem-estar aumentou.
A iniciativa masculina não é exatamente mágica: o estudo sugere que as mulheres estão se tornando mais assertivas e deixando clara sua insatisfação com os parceiros 'preguiçosos'.
Quando a mulher é responsável pela maior parte do trabalho doméstico, isso gera um clima de tensão que faz com que os homens se sintam, no mínimo, desconfortáveis. E acabam aderindo a uma divisão de trabalho mais igualitária.
A perturbação na harmonia do casamento por conta de uma divisão injusta nas tarefas do lar já havia sido notada por Esping-Andersen. “Há evidências de que a fertilidade em mulheres no mercado depende crucialmente da possibilidade de contar com a ajuda do parceiro. Há também evidência de que a contribuição nas tarefas domésticas diminui o risco de separação e de divórcio”, diz o sociólogo em um artigo em seu site pessoal.
A batalha para conseguir equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para as mulheres cresce sobretudo quando se trata de ter filhos, diz o Gendered Lives. De acordo com o estudo, algumas optam por não ter filhos em nome da carreira, enquanto outras desaceleram a vida profissional para se dedicar à família. Um dos meios de fazer isso é reduzindo a jornada: no Reino Unido, por exemplo, 40% das mulheres trabalham meio-período, enquanto apenas 10% os homens trabalham nesse regime, diz o estudo.
Mais descobertas surpreenderam os pesquisadores. Eles esperavam que tanto homens quanto mulheres ficassem mais satisfeitos por ser a pessoa com a melhor remuneração no casal. Porém, as entrevistas revelaram que as famílias de renda baixa ou média se sentiriam melhores caso o salário do homem fosse maior do que a da mulher.
Pelo menos a louça ninguém discute: igualdade já.
Fonte iG
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