Brasília – Pesquisadores franceses descobriram que o tratamento rápido logo
depois da infecção pelo vírus HIV pode resultar na cura funcional de até 15% dos
pacientes, quando o vírus da doença não desaparecee do organismo, mas entra em
remissão. Com isso, o paciente não precisa mais tomar remédios.
Os cientistas, do Instituto Pasteur, em Paris, analisaram os casos de 14
pessoas com o vírus da aids, que passaram a se tratar logo após o vírus ter sido
detectado e depois deixaram a terapia. Nesse grupo, o vírus não voltou a se
proliferar.
Os pacientes iniciaram o tratamento cerca de dez semanas após a infecção pelo
HIV. Eles foram ao hospital para tratar outros problemas de saúde, quando
tiveram o diagnóstico precoce do vírus por meio de exames de sangue. Em média, o
grupo tomou antirretrovirais durante três anos e então os medicamentos foram
interrompidos.
Geralmente, o vírus retorna quando o tratamento é interrompido. Porém, isto
não ocorreu com esses pacientes. Alguns deles conseguiram, inclusive, controlar
a quantidade do vírus no organismo por dez anos.
A pesquisa francesa foi divulgada na publicação especializada PLoS
Pathogens e ocorre depois da notícia da cura funcional de um bebê depois de
um tratamento precoce nos Estados Unidos.
Em nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou que está atento às
inovações tecnológicas no campo do tratamento da aids no mundo. A pasta não se
manifestou sobre o caso francês. Sobre o caso de cura funcional do
bebês, o órgão disse que os “resultados do estudo da 'cura' do bebê americano,
recentemente divulgado pela imprensa, não estão publicados, ainda não é possível
uma posição oficial sobre o assunto”.
Segundo o ministério, é possível reduzir a taxa de transmissão do vírus de
mãe para filho durante a gravidez de 30% para menos de 1%. No Brasil, a
recomendação é o uso de antirretrovirais combinados na gestante, parto cesáreo
(quando indicado), medicamento para o recém-nascido por seis semanas para evitar
a transmissão e a não amamentação.
O protocolo nacional prevê que a gestante deve fazer o teste anti-HIV durante
o pré-natal. Em caso de diagnóstico positivo, ela passa a ser acompanhada por um
Serviço de Atenção Especializada em HIV/aids (SAE) e no momento do parto é
encaminhada para uma maternidade de referência do Sistema Único de Saúde (SUS)
capacitada para atendê-la.
Se a gestante não tiver feito o teste de aids no pré-natal, ela tem direito
ao teste rápido no momento do parto e, e se der positivo, todos os procedimentos
para evitar a transmissão devem ser tomados pela equipe de saúde.
*Com informações da BBC
Brasil
Fonte Agência Brasil
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