Os problemas de coluna podem ser provenientes do excesso de peso que as crianças carregam nas mochilas escolares. É o que muitos pais reclamam, talvez pela proteção ao filho ou porque a mochila escolar está mesmo acima do peso ideal. Mas será que a afirmação do ponto de vista médico é verdadeira?
O ortopedista Luiz Cláudio Schettino, chefe do Centro de Tratamento das Doenças da Coluna do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), afirma que o assunto gera bastante confusão por já estar arraigado na sabedoria popular, mas é uma inverdade. Segundo Schettino, o uso de mochilas pesadas, por si só, não pode desenvolver desvios de coluna, como a maioria das pessoas imagina. O que o peso pode acarretar são transtornos de dor, desconfortos e queixas pelo esforço físico exagerado, esclarece o médico especialista em doenças da coluna.
As deformidades de coluna, como as escolioses, por exemplo, doenças que ocorrem por predisposição genética ou associadas a outras enfermidades, acontecem com ou sem o uso inadequado das mochilas se a criança já tiver essa tendência, complementa o ortopedista.
Apesar do peso das mochilas não ser fator essencial para os problemas de coluna, é muito importante que os pais não deixem de observar o peso que seus filhos carregam, principalmente, nas mochilas escolares, mas também em outros objetos que manuseiam. O excesso de peso pode acarretar problemas de postura, atrapalhando o caminhar e o desenvolvimento e podem ainda ser progressivos e agravados se não corrigidos. A reedução postural, com métodos como fisioterapia, RPG ou até mesmo exercícios físicos direcionados são recomendados para a correção dos problemas, mas sempre com orientação médica.
De acordo com Luiz Cláudio Schettino, o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso da criança, a mesma medida é adotada para os adultos. Ou seja, é o valor máximo permitido, se possível deve-se carregar um pouco menos, para que seja confortável e aceitável pelo organismo, sem danos futuros, complementa o médico.
Fonte Corposaun
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