Você já ouviu falar no Tricloroetileno? É um solvente comercializado com o nome de TRI, e serve principalmente para desengordurar peças metálicas. Manipulado por muitos trabalhadores de uma ampla gama de indústrias, esse produto esconde um grande problema: seu uso pode estar relacionado ao mal de Parkinson.
Uma série de acordos, na realidade, já proibiu a fabricação e uso desse produto em alguns lugares do mundo, porque já se descobriu que o TRI pode causar até um tipo de câncer. Mas há empresas que ainda o utilizam, e nem sempre os estudos conseguem provar que uma determinada substância é mesmo “culpada” por uma doença.
Para tirar essas dúvidas, uma equipe internacional de pesquisadores fez um estudo com 99 pares de gêmeos nos Estados Unidos. Em cada par, um dos irmãos sofria de mal de Parkinson e o outro não. Como os gêmeos são geneticamente semelhantes, é mais fácil supor que o Parkinson foi adquirido por uma influência externa, ou seja, algo que aconteceu na vida do portador.
O mal de Parkinson, caracterizado por tremedeiras musculares, dificuldade de fala e reflexos mais lentos, ainda não tem suas causas muito bem compreendidas pelos médicos. Pior do que isso, ainda não se conhece uma cura para esse problema de saúde. Mas os pesquisadores, ao analisar a história de vida e trabalho de cada um dos gêmeos entrevistados, tiveram uma pista.
Em geral, os gêmeos portadores da doença tiveram empregos em que a exposição a solventes como o TRI era maior. Em um exame mais específico, eles analisaram a influência de seis tipos diferentes de solventes. Três deles parecem não ter nenhuma relação com o Parkinson. Mas os outros três – incluindo o TRI – foram indicados como possíveis causadores da doença.
O que torna esse caso mais grave é o risco de contaminação. Se o problema fosse restrito ao uso do solvente em si, seria até fácil resolver: bastaria adotar medidas para evitar que o trabalhador de indústria fosse exposto ao produto.
Mas a substância pode contaminar a água, ou seja, basta que uma descarga de lixo industrial alcance um rio para que uma comunidade inteira fique sob ameaça. Dessa maneira, os pesquisadores alertam para a necessidade de ampliar a vigilância sobre a venda e a utilização dessas substâncias.
Fonte BBC
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