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domingo, 27 de outubro de 2013

Com mais de mil mortes no ano, dengue põe América Latina em estado de alerta

Guatemala contabilizava até julho deste ano seis casos fatais,
enquanto nesta semana em El Salvador foram confirmadas
três mortes e Honduras 27
Caso paraguaio é preocupante já que número de mortes triplicou no ano passado
 
A dengue, uma epidemia em toda a América Latina com exceção do Uruguai e do Chile, segue pondo em alerta a região por culpa de novos focos na América Central, onde o tipo 2 já matou 50 pessoas, e no Paraguai deixou 233 mortos somente neste ano.
 
Na América Latina, mais de 544 milhões de pessoas correm o risco de contrair a doença e, neste ano, morreram, pelo menos, 1.034 pessoas, sendo 456 no Brasil (em 1.423.672 casos), 124 na Colômbia (102.944 casos) e 47 no México (162.008 casos), de acordo com números da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS). Também foram registradas mortes na República Dominicana (90), no Peru (13), no Equador (11), na Bolívia (8) e em Porto Rico (2), além dos dois milhões de infectados.
 
O caso paraguaio é especialmente preocupante, já que o número de óbitos pela doença, até o último dia 17, triplicava os 70 apresentados durante todo o ano de 2012. Igualmente, os casos confirmados de infecção passaram de 30.823 no ano passado para 140.787 neste ano. Isto talvez possa ser explicado "porque tivemos um surto onde já houve circulação de três tipos de dengue e muitas pessoas tinham cofatores de doença", agravando a situação, afirmou, nesta sexta-feira (25), à Agência Efe, Águeda Cabello, diretora geral de Vigilância de Saúde do Paraguai.
 
Além disso, assegurou Águeda, "está sendo introduzida a dengue tipo 4 e não sabemos como isso poderia afetar à comunidade" em um país que não tinha registrado qualquer morte por essa doença até 2007. Diante desta situação, o governo paraguaio criou esta semana um programa de prevenção e combate à dengue, com um orçamento de US$ 4,5 milhões, e recentemente uma equipe da Organização Pan-Americana da Saúde "realizou uma visita de avaliação e apoio ao país, além de estar sendo trabalhada a solução deste problema", confirmou hoje José Luis San Martín, assessor regional da dengue da OPS.
 
As autoridades sanitárias paraguaias, disse por telefone Águeda Cabello, trabalham para tentar mudar a cultura de um país em que "a sociedade está acostumada a se automedicar" e para que aprendam a importância da consulta preventiva já que, entre outros fatores, "mais de 95% dos casos podem ser tratados sem necessidade de receita médica". Enquanto isso, na América Central, o tipo 2, dos quatro que existem da dengue, "foi muito agressivo" e "produziu uma grande quantidade de casos em toda a região", com, pelo menos, 47 mortes, conforme informou na quinta-feira em Manágua a representante da OPS na Nicarágua, Socorro Gross.
 
A Guatemala contabilizava até julho deste ano seis casos fatais, enquanto nesta semana em El Salvador foram confirmadas três mortes e Honduras aconteceu o falecimento da 27ª vítima. Na Costa Rica, por sua vez, ocorreu na quinta-feira a primeira morte por dengue. Já na Nicarágua há, pelo menos, 13 vítimas fatais e 5.000 infectados (57 deles em estado grave, até o último levantamento).
 
Entre as medidas adotadas na Nicarágua está a de que os Comitês de Desastres Municipais devem transferir imediatamente aos hospitais e centros de saúde todos os casos de febre, um dos sintomas da doença, que também pode ser detectada por dor de cabeça, vômitos, manchas e erupções na pele.
 
Outro país que se encontra em "situação de alerta" é a Venezuela, que contabiliza 41.938 casos de dengue somente neste ano. Desses, 499 deles do tipo hemorrágica, 26,9% mais do que nesta mesma época em 2012, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na última quinta-feira (24).
 
Dos 23 estados mais o Distrito Capital que formam a Venezuela, em oito deles a situação é de "epidemia", enquanto em outros seis é de "alarme", acrescentou a informação oficial. Como não existe vacina contra este mal, a prioridade em toda América Latina continua sendo a da eliminação dos focos do mosquito aedes aegypti.
 
Algo difícil em uma região que apresenta muitas das determinantes sociais e ambientais que colaboram para a aparição da dengue. Por isso, acrescentou José Luis San Martín, "todos os casos bem-sucedidos de controle estão relacionados ao excelente trabalho das famílias em eliminar os criadouros e, por outra parte, uma boa vigilância e um bom controle das equipes técnicas de saúde".
 
— A eliminação dos criadouros de mosquitos, que é possível de ser feita tanto em casas quanto na vizinhança, é uma responsabilidade individual e coletiva de nossa população. Isto tem que ser uma tarefa de todos.
 
Em nível mundial, a dengue afeta 100 países. Entre 50 e 100 milhões de pessoas contraem a doença anualmente e 500 mil delas padecem do tipo mais grave, conhecida como hemorrágica. Desse total, 22 mil morrem, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

R7

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