Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS Em 2012, 17,4% dos gaúchos eram fumantes |
O consumo de tabaco caiu 33% no Rio Grande do Sul nos últimos seis anos, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgado nesta quarta-feira pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A queda é maior que a média nacional, de 20%, mas os gaúchos ainda fumam mais que os outros brasileiros: somos 17,4% de fumantes, contra 15,6% em todo o país.
O índice do primeiro levantamento, realizado em 2006, foi de 25,9% de fumantes no Estado. No Brasil, 15,6% declararam-se fumantes em 2012, contra 19,3% em 2006.
A pesquisa estima que 20 milhões de brasileiros consumiam tabaco em 2012, o que somava 16,9% da população. Em 2006, eram 20,8%. Embora o número de fumantes tenha diminuído, o hábito de fumar ficou mais intenso no período. A média de consumo passou de 12,9 cigarros por dia para 14,1 nos últimos seis anos.
O consumo de tabaco é maior entre os homens. Eles somaram 19,2% de fumantes em 2012, enquanto 15,7% das mulheres declararam fumar. Entretanto, o número de homens que deixou de fumar foi maior em 2012 (22%) do que a diminuição do tabagismo entre as mulheres (13%). Segundo a coordenadora do Lenad Clarice Sandi Madruga, a tendência é de pareamento entre os gêneros, com homens e mulheres fumando na mesma proporção. Isso já pode ser visto nas faixas etárias mais jovens, onde a diferença de gênero é menor ou sequer existe mais.
A queda no números de fumantes não é considerada satisfatória pelos pesquisadores. De acordo com Clarice, os índices poderiam ser menores.
— Quem está ainda fumando são pessoas que têm uma dependência mais severa e precisam de tratamento. A população não tem acesso ou não conhece os tratamentos especializados — argumenta.
Facilidade no acesso é fundamental
Um dos pontos de maior destaque na pesquisa diz respeito ao consumo de tabaco entre as classes sociais. O Lenad detectou uma diminuição em todas elas, exceto na classe A. Entre a parcela mais rica da sociedade o que se viu foi o contrário: um aumento de 110% no consumo nos últimos seis anos. Para Clarice, o dado confirma que ter dinheiro para comprar cigarro é fundamental para manter o hábito de fumar.
— Embora a classe mais alta tenha mais acesso a informação e educação, o fato de ter mais facilidade na compra tem maior impacto no consumo — declara.
O Lenad apontou que 90% dos fumantes afirmaram que estão dispostos a parar de fumar. No entanto, apenas 7% deles realmente têm planos para deixar o cigarro. Segundo Clarice, a hipótese para é que aqueles que tinham mais facilidade ou motivação para parar já conseguiram.
— Os fumantes restantes têm dependência mais severa e já tiveram muitas tentativas de parada mal sucedidas. Cabe salientar que o tabagismo é a dependência com menos sucesso de tratamento e com maiores taxas de recaídas — afirma.
A pesquisa também mostrou que 62% dos menores de idade no Brasil declararam não encontrar nenhuma dificuldade para comprar cigarros. A idade média de experimentação de cigarros foi de 16,2 anos em 2012, variando pouco da média de 15.9 anos de 2006. A idade média do começo de consumo regular é de 17,4 anos.
Dicas para parar de fumar
O Instituto Nacional de Câncer indica que você pode escolher duas formas para deixar de fumar:
Parada imediata
Deve ser sempre a primeira opção. Você deixa de fumar de uma só vez, cessando totalmente de uma hora para outra.
Parada gradual
Você pode usar esse método de duas maneiras:
— Reduzindo o número de cigarros. Para isso, é só contar o número de cigarros fumados por dia e passar a fumar um número menor a cada dia
— Adiando a hora em que fuma o primeiro cigarro do dia. Você vai adiando o primeiro cigarro por um número de horas predeterminado a cada dia até chegar o dia em que você não fumará nenhum cigarro.
Se você escolher a parada gradual não deve gastar mais de duas semanas no processo.
Repense sua rotina: pense no que seria possível fazer para mudar sua rotina. Buscar atividades diferentes pode ajudar quando se está parando de fumar.
Invista em seu preparo físico: procure iniciar caminhadas, de preferência em lugares agradáveis. Se não gosta de caminhar, procure outro exercício ou esporte que o agrade.
Se sentir muita vontade de fumar: para ajudar, você poderá chupar gelo, escovar os dentes a toda hora, beber água gelada ou comer uma fruta. Mantenha as mãos ocupadas com um elástico, pedaço de papel, rabisque alguma coisa ou manuseie objetos pequenos. Não fique parado: converse com um amigo, faça algo diferente, distraia sua atenção. Saiba que a vontade de fumar não dura mais que alguns minutos.
Fonte: Inca
Veja mais dados da pesquisa:
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