Por Dra. Barbara Murayama
O nome é difícil, mas vale a pena conhecê-lo, porque indica coisa séria. A eritoblastose fetal é uma doença que ocorre quando a mãe desenvolve anticorpos contra o sangue do bebê. Isso acontece porque uma das determinações do tipo sanguíneo é o fator Rh. Algumas pessoas têm esse fator, sendo as Rh positivas, e outras não, as Rh negativas.
O problema é que as pessoas Rh negativas, se entram em contato com sangue Rh positivo, desenvolvem anticorpos contra esse fator, os anti-Rh.
E quando mulheres Rh negativas têm um bebê Rh positivo, seus sangues podem entrar em contato no momento do parto ou em outra situação, fazendo com que ela comece a produzir esse anticorpo. Assim, quando ela tiver outro bebê Rh positivo, a gestação se torna perigosa para essa criança, pois em qualquer momento que o sangue da mãe e do bebê se encontrarem, o organismo materno começará a atacar o feto. Isso provoca anemia no bebê ainda na barriga, algo perigoso para sua saúde.
Como age a vacina
A vacina anti-Rh não é eficaz se já houve sensibilização. Portanto, é essencial que seja dada a qualquer mulher com fator Rh negativo e cujo feto é ou pode ser Rh positivo, sempre que existir um risco de conexão do sangue da mãe com o do bebê.
Há diretrizes para a prática dessa vacina aqui no Brasil, mas muitas delas se baseiam nos consensos norte-americanos, por este ser um dos paises que mais produz ciência. Essas recomendações podem diferir em outros países e entre os diversos serviços médicos acadêmicos.
Todas as mulheres grávidas Rh negativo devem ser submetidas a exame de anticorpos na primeira visita pré-natal de cada gravidez. O exame de sangue é seguro e faz parte da bateria de exames rotineiros de pré-natal em nosso país.
Todas as mulheres grávidas Rh negativo devem ser submetidas a exame de anticorpos na primeira visita pré-natal de cada gravidez. O exame de sangue é seguro e faz parte da bateria de exames rotineiros de pré-natal em nosso país.
Existe também o teste de DNA fetal livre, que pode determinar o fator Rh do feto sem riscos ao bebê, pois analisa o código genético da criança que eventualmente circula no sangue da mãe. Em alguns países europeus a determinação do Rh fetal é realizada clinicamente em mulheres Rh negativas e administração de vacina pré-natal é evitada no caso de um feto já sabidamente RH positivo. Mas esse exame ainda é muito caro em nosso país.
Quando se deve tomar a vacina
- Em casos em que já ocorre aborto espontâneo (1,5 a 2% de risco de sensibilização) ou aborto induzido (5% de risco de sensibilização)
- Casos de gravidez ectópica
- Após procedimentos invasivos, como amniocentese, biópsia de vilo e coleta de sangue fetal (2% de risco de sensibilização)
- Ameaça de aborto
- Quando já houve morte fetal no segundo ou terceiro trimestre
- Em casos de trauma no abdômen
- Quando houver hemorragia pré-parto, no segundo ou terceiro trimestre (por exemplo, placenta prévia ou descolamento)
- Mola hidatiforme, um tumor benigno que se desenvolve no tecido placentário quando há problemas no desenvolvimento da criança.
No pós-parto a administração da vacina reduz muito o risco de a mãe aloimunizar. O normal é que no pós-parto haja a administração da imunoglobulina dentro de 72 horas, quando verificar-se que bebê é mesmo Rh positivo.
Minha Vida
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