Um em cada cinco casos de AVC tem causa cardíaca e, por isso, cuidar do coração é uma das maneiras de se proteger, como explicou o cardiologista Roberto Kalil no Bem Estar.
Entre os principais fatores de risco para o AVC está a hipertensão, que aumenta as chances de entupimento e rompimento dos vasos, que causam o AVC isquêmico e hemorrágico. Fora a pressão alta, grande parte dos casos que têm causas cardíacas deve-se também a uma doença chamada fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca que atinge cerca de 1,5 milhão de brasileiros. Segundo o neurologista vascular Alexandre Pieri, um brasileiro morre a cada 6 segundos por causa de um AVC causado pela fibrilação atrial.
A doença acontece quando os átrios, câmaras superiores do coração, se contraem em um ritmo diferente do resto do coração, fazendo com que o sangue não corra do jeito que deveria. Muitas vezes o corpo se adapta bem a essa falta de sincronia, mas pode acontecer de o sangue engrossar e coagular.. Esse coágulo pode se espalhar pelo corpo e chegar ao cérebro, onde entra em uma veia pequena e interrompe o fluxo sanguíneo, gerando uma inflamação localizada e um entupimento, que é o AVC.
Quando ele ocorre, o paciente pode sentir uma dor de cabeça muito forte, ânsia e visão turva, como foi o caso da dona de casa Aparecida Maria Rangel, mostrada na reportagem da Natália Ariede.
Como estava sozinha em casa, Aparecida não conseguiu pedir ajuda com rapidez e só foi para o hospital depois de 30 horas. Lá, ela ficou internada e percebeu que o AVC tinha deixado sequelas – ela perdeu a força na mão direita, perdeu a audição do ouvido esquerdo e passou a não conseguir andar. No entanto, depois do susto, ela começou a se cuidar mais, principalmente em relação ao coração, já que ela acredita que a arritmia cardíaca tenha sido a causa do derrame.
Essa arritmia, característica da fibrilação atrial, em muitos casos não dá sintomas, mas o paciente pode observar alguns sinais, como palpitação e coração acelerado, cansaço, falta de ar, tontura e desmaio – nessa situação, é fundamental procurar um médico o quanto antes.
Essa arritmia, característica da fibrilação atrial, em muitos casos não dá sintomas, mas o paciente pode observar alguns sinais, como palpitação e coração acelerado, cansaço, falta de ar, tontura e desmaio – nessa situação, é fundamental procurar um médico o quanto antes.
O neurologista Alexandre Pieri explica que, para identificar o AVC, o paciente deve levantar os dois braços em linha reta na frente do corpo para avaliar se há fraqueza em algum deles ou tentar falar uma simples frase, por exemplo; se houver alguma alteração nessas ações, é importante buscar ajuda imediatamente.
Se for diagnosticado o AVC, o médico pode dar um trombolítico, medicamento que ajuda a dissolver e destruir o coágulo que está interrompendo a veia, para que o sangue volte a fluir normalmente.
Para evitar um AVC, quem tem fibrilação atrial pode usar medicamentos anticoagulantes como parte do tratamento, já que eles previnem a formação de coágulos, como explicou o neurologista Alexandre Pieri. Em pessoas normais, a coagulação é um processo quase imediato – em, no máximo, 3 minutos, as plaquetas formam um parede para fechar o corte e parar o sangramento.
No entanto, além da fibrilação atrial, que aumenta as chances de coágulos, pode acontecer o contrário e o paciente ter a coagulação lenta, uma doença chamada hemofilia - nesse caso, o processo de coagulação pode demorar mais do que três minutos e existem casos de pessoas que ficam horas sangrando.
G1
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