Thinkstock/Getty Images - Para não interromper o aleitamento materno,
uma saída é fazer a retirada do leite ao longo do dia e
armazená-lo
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A amamentação é um dos momentos mais íntimos e importantes
da maternidade. Além de reforçar vínculos afetivos entre mãe e bebê, o
leite materno fornece todos os nutrientes e anticorpos que os pequenos
precisam para ter um desenvolvimento forte e saudável.
Com o fim
da licença maternidade e o retorno das atividades cotidianas, pode ficar
mais complicado a logística de amamentar o filho, mas a mãe não deve
parar de oferecer o alimento para a criança. A Organização Mundial da
Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria
recomendam que o aleitamento materno exclusivo continue até pelo menos o
sexto mês de vida do bebê e que siga, em regime não exclusivo, até que a
criança tenha dois anos.
Para conseguir cumprir essa
recomendação, uma saída é fazer a retirada do leite em horários
específicos ao longo do dia e armazená-lo corretamente para que o bebê
possa ser alimentado por outras pessoas, mesmo que a mãe não esteja em
casa.
“Ela vai se sentir mais segura se souber que, ainda que
precise comparecer a um evento ou reunião inadiável, o filho será
alimentado com leite materno. A ordenha manual também estimula uma maior
produção de leite pelo corpo. E quanto mais, melhor”, afirma Danielle
Aparecida da Silva, coordenadora de processamento e qualidade da Rede
Brasileira de Bancos de Leite Humano.
É importante informar,
ressalta Danielle, que a mulher sempre deve tirar o leite que sobra nas
mamas depois que a criança já se alimentou e está satisfeita. “A
mastite, uma inflamação nas glândulas mamárias, pode surgir por conta do
leite que fica acumulado no peito e que o bebê não aguenta tomar”,
ressalta a especialista.
Calma e concentração
Para
começar a ordenha, tanto as mãos como as mamas devem estar limpas para
poder manipular o leite sem qualquer risco de contaminação. Depois, é só
escolher o método mais confortável. Existem dois processos: a ordenha
manual, em que a mãe faz movimentos circulares nas mamas para que o
leite saia com mais facilidade, e a por meio de bombas elétricas.
A escolha varia de mãe para mãe, embora exista o consenso
de que as bombinhas são mais eficazes e rápidas do que a retirada
manual. “A mãe só precisa ir a algum lugar tranquilo e tirar o leite.
Não importa o método escolhido, mas é preciso lembrar que se a mãe optar
pelas bombinhas deverá carregar a bateria, por exemplo. Não pode
esquecer”, pontua Danielle.
Tranquilidade e paciência, aliás, são
fundamentais nas primeiras tentativas. “No início da ordenha, a
quantidade de leite que sai é pouca ou quase nada. Isso é normal. A mãe
não deve desistir. Basta manter os movimentos ritmados e relaxar que
logo o leite sairá em grande volume”, explica Clery Bernardi Gallaci,
neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.
A quantidade
depende também do organismo da mulher, que pode estar num ritmo de
produção maior ou menor, de acordo com os estímulos recebidos ao longo
do dia e com o número de vezes que o bebê costuma mamar. Algumas
mulheres podem produzir 400 ml de leite em uma semana, enquanto outras
produzem o mesmo volume diariamente.
O ideal é que a extração
ocorra depois da mamada, quando a fome do bebê tiver sido saciada e
restar um leite mais “grosso”. A saída do líquido acontece em três
etapas: primeiro, o bebê suga uma parte mais aquosa, seguida pela parte
com os nutrientes e, por fim, a parte gordurosa, que será extraída
depois.
“Se mesmo assim ela tiver dificuldades ou não
conseguir extrair, o ideal é que busque o banco de leite mais próximo e
converse com os profissionais de lá. Eles poderão oferecer algum tipo de
ajuda ou aconselhamento”, afirma Danielle Aparecida da Silva.
Cuidados para armazenar
O leite que
está dentro da mama fica protegido de qualquer ameaça externa, como
bactérias, fungos ou outros micro-organismos.
A partir do momento que
ele é retirado do seu “habitat” natural, é essencial que seja
transferido para um recipiente esterilizado e armazenado corretamente.
Do contrário, é muito fácil que estrague e provoque algum tipo de
mal-estar no bebê, como infecções, diarreia, febre, entre outros
problemas de saúde.
Potes de vidro com a tampa plástica são a
melhor opção para colocar o leite. Antes, porém, eles devem ser
esterilizados corretamente, ou seja, fervidos por cerca de 15 minutos e
colocados para secar em temperatura ambiente.
Depois de colocar o
leite nos potinhos, a mãe pode decidir por congelá-los ou deixá-los na
geladeira. No congelador, o alimento tem validade de até 15 dias – na
geladeira, o tempo é bem menor, apenas 12 horas. Por isso, se a próxima
mamada do bebê superar esse período de tempo, é melhor que o leite seja
congelado para evitar contaminação.
Para descongelar, o ideal é
que os vidros sejam colocados em banho-maria, com o cuidado de não
atingir o ponto de fervura. No micro-ondas, nem pensar. “O banho-maria
proporciona um controle melhor da temperatura do leite, que não pode
ferver. Se isso acontece, ele perde todas as propriedades naturais e os
fatores de proteção”, explica Danielle.
Se o bebê não aguentar
tomar todo o leite recém-descongelado, não guarde o que ficar sobrando
na mamadeira. O líquido não pode ser congelado novamente em nenhuma
hipótese. Para minimizar o desperdício, as especialistas aconselham que
as mães evitem congelar grandes quantidades, como vidros de 500 ml. Em
vez disso, armazene o leite em vários recipientes pequenos e utilize
mais de um, se for necessário.
Delas
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