O problema pode ser corrigido através de cirurgia |
Por Dr. André Cavalcanti
Pequenos desvios do pênis
são avaliados como naturais e fazem parte das características pessoais
de cada indivíduo. Mas existem doenças que causam o entortamento mesmo
do órgão sexual masculino.
Órgão de tecido
vascular, o pênis internamente é formado por dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso, e na sua extremidade encontra-se a glande. Essas
estruturas são envolvidas por uma membrana elástica, conhecida como
túnica albugínea, que durante o processo de ereção, se distende. Entre
eles, está a entrada e retenção de sangue nas cavidades dos corpos
cavernosos e esponjoso, estruturas parecidas com esponjas que se enchem
de sangue para produzir a ereção.
Qualquer fibrose
que prejudique a expansão da túnica albugínea vai comprometer a ereção
peniana. É o que acontece na doença de Peyronie, associada ao
aparecimento de placas fibrosas nos corpos cavernosos do pênis, muitas
vezes sentidas e palpadas pelo próprio paciente. Caracteriza-se pela
curvatura do pênis e dor durante a ereção. Geralmente, essa curvatura
faz com que o pênis se posicione para cima, mas ele pode curvar-se para o
lado ou para baixo. A causa é a formação de uma placa de fibrose na
túnica albugínea, provocando distorções na forma e inclinação do pênis, o
que compromete a função sexual. O diagnóstico é um fator de impacto e
ansiedade na vida do paciente.
Essa alteração se
manifesta principalmente depois dos 50 anos, mas pode acometer os jovens
também, na faixa dos 28 anos. A incidência em homens da mesma família
pode acontecer, mas não existem relatos científicos sobre a questão
hereditária. Na maioria dos casos, o problema desaparece espontaneamente
ou com o uso de medicamentos adequados. Às vezes, o casal se adapta à
curvatura porque não interfere na relação sexual. Menos da metade dos
pacientes é encaminhada para cirurgia para corrigir o desvio.
O diagnóstico é
simples, pois na maioria dos casos, pode-se apalpar o nódulo no
paciente, na curvatura do pênis e com o relato de dor durante a ereção. O
exame de ressonância magnética permite visualizar a placa, mas a
necessidade de pedir esse exame é considerada rara.
O pênis torto
congênito é uma situação onde o homem já nasce com a deformidade, que se
torna geralmente incômoda com o início da atividade sexual. Estes
homens em geral não trazem a queixa de encurtamento peniano (diminuição
do tamanho), uma vez que sempre conviveram com o pênis torto. Já na
curvatura adquirida, existem casos de homens que tinham um pênis
previamente normal e que experimentam uma curvatura progressiva,
geralmente associada ao encurtamento de pênis.
Há situações em
que o pênis torto-congênito ou adquirido passa a causar desconforto e
dificuldade para a penetração, prejudicando tanto ao homem como a sua
parceira. A medicina urológica relata casos de tortuosidade congênita,
questões associadas principalmente à aparência estética.
Se o entortamento
configura um problema para o ato sexual, o homem deve procurar um
urologista para que seja avaliado o grau de curvatura e definido junto
com o médico o impacto na qualidade da relação sexual e as
possibilidades de tratamento. Apesar da existência de possibilidades de
tratamento conservador, os tratamentos cirúrgicos são em geral mais
efetivos na retificação do pênis.
O tipo de tratamento, com cirurgia de
correção da curvatura, deve ser definido a partir do grau de curvatura,
tamanho do pênis e qualidade da ereção.
A cirurgia é feita de forma
rápida e segura e tem como finalidade principal tornar o pênis mais
retificado possível, para permitir a penetração sem dor, podendo
provocar um pequeno encurtamento do pênis. Em alguns procedimentos é
realizado o encurtamento do lado contrário à curvatura e em outros
casos, com o uso de enxertos, o alongamento do lado curvo.
Frequentemente, em diagnósticos de pacientes com grau significativo de
impacto na ereção, podemos optar pelo implante de próteses penianas.
Minha Vida
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