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sábado, 9 de agosto de 2014

Brasil enviará R$ 1 milhão e 15 toneladas de material médico para combater ebola na África

Foto: Sunday Alamba / AP - Passageiro é escaneado por funcionário de saúde em aeroporto na Nigéria
Passageiros de Serra Leoa, Líbéria e Guiné que apresentarem sintomas serão levados ao serviço de saúde 

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta sexta-feira que o governo brasileiro vai doar R$ 1 milhão à Organização Mundial de Saúde (OMS) para combater o avanço da epidemia de ebola no Oeste da África. Além disso, o país enviará 15 toneladas de medicamentos e material médico, como jalecos e luvas, aos três países mais afetados: Serra Leoa, Guiné e Libéria. Quatro kits com 3,5 toneladas já foram enviados para Guiné.

Na madrugada desta sexta (horário de Brasília), a OMS declarou estado de emergência global, apelando aos governos do mundo para reunir esforços com objetivo de conter o surto, que já matou 961 pessoas em quatro países na África. Segundo a entidade, cada país deve monitorar suas fronteiras e aeroportos para evitar a entrada de pessoas infectadas. Chioro garantiu que o governo brasileiro está preparado para cumprir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao vírus ebola e informou que não há nenhum caso da doença no país. 

— Neste momento, não há risco de transmissão no Brasil e o risco de alguém (infectado) vir de fora é pouco provável — afirmou o ministro

Chioro detalhou os procedimentos definidos pelo ministério para detectar e tratar qualquer paciente contaminado. O sistema de vigilância estará focado nos aeroportos internacionais e nos portos. Pacientes cuja contaminação for detectada já durante o voo serão levados diretamente ao hospital de referência do estado. O transporte será feito por equipes do Samu. O mesmo procedimento será adotado se um paciente chegar ao Brasil ainda no período de incubação da doença, que pode durar 21 dias.

Segundo o ministro, o vírus não é transmissível durante o período de incubação, quando o paciente ainda não demonstra sintoma. Ele enfatizou também que a transmissão não se dá pelo ar, mas apenas no caso de contato com fluidos corporais de pessoas infectadas.

Chioro disse que 170 equipamentos para profissionais de saúde lidarem com eventuais infectados já foram distribuídos na preparação para as 12 cidades sede e para cinco subsedes da Copa do Mundo. No caso de um paciente infectado ser detectado no Brasil, o Ministério da Saúde enviará uma equipe médica para fazer a remoção para o hospital de referência. Ele deixou claro que serão considerados suspeitos de infecção as pessoas procedentes nos últimos 21 dias de Serra Leoa, Libéria e Guiné que tiverem apresentado febre súbita ou hemorragia. Nesse caso, a pessoa será atendida por uma equipe da Anvisa no aeroporto para melhor diagnóstico. 

Como medida de preparação para o risco, o Ministério da Saúde elevou do nível zero para o nível dois a ativação do chamado Centro de Operações de Emergência em Saúde, que fica no ministério, em Brasília. Essa ativação de nível dois, que a penúltima mais elevada, significa que uma equipe do ministério atuará caso se confirme a chegada de qualquer pessoa infectada pelo ebola.

A partir de amanhã será divulgada nos aeroportos internacionais uma mensagem orientando passageiros procedentes do exterior que apresentem sintomas de febre hemorrágica a procurar o serviço de saúde. O ministério orienta o serviços de saúde de todo país a notificarem qualquer caso suspeito pelo telefone 0800-64446645 ou pelo e-mail: notifica@saude.gov.br

O secretário de vigilância em saúde, Jarbas Barbosa, disse que o governo brasileiro buscará no exterior qualquer cidadão brasileiro que esteja infectado pela doença. Os contatos já foram feitos com a Força Aérea Brasileira e com o Itamaraty.

O atual surto de ebola no Oeste da África tem letalidade de 68%. Em sua página na internet, o Ministério da Saúde informava nesta manhã que 1.711 pessoas já foram infectadas, das quais 932 morreram.

Chioro e Jarbas enfatizaram que não há qualquer recomendação da OMS no sentido de restringir viagens ou comércio aos países afetados. Eles lembraram que as infecções têm ocorrido em áreas rurais e que não há notícia de viajantes internacionais ter sido infectado durante passagem por esses países. Os casos conhecidos, como o de um médico americano, são de pessoas que estavam atuando em contato direto com pacientes. 

O exame para confirmar eventuais casos suspeitos no Brasil será feito no Instituto Evandro Chagas, no Pará. No Brasil, 60 profissionais estão credenciados pela OMS para armazenar material infectado que será transportado em segurança, dentro de aeronaves. Nesse caso, a amostra do material seriam enviadas também aos Estados Unidos. 

O período de incubação da doença varia de um a 21 dias. Pessoas que tenham mantido contado com infectados, mas não apresentem sintomas da doença, não precisam ficar de quarentena. A orientação do ministério é que monitorem a temperatura do corpo, já que a febre súbita é um dos sintomas da doença. Jarbas contou que um médico brasileiro ligado à organização não governamental Médicos sem Fronteiras chegou de Serra Leoa há duas semanas e entrou em contato com o ministério, no Rio. A orientação foi que ele monitorasse se tinha febre. O médico não apresentou nenhum sintoma. 

O Globo

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