Foto: Choe Jae-koo / AP - No aeroporto de Incheon, na Coreia do Sul, funcionário checa a temperatura
de viajante que retornava da África Ocidental
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Rio - A primeira reunião do Comitê de Emergência, nos últimos dois
dias, discutiu a situação do ebola no mundo entre a Organização Mundial
de Saúde (OMS) e representantes da Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria
seguiu as regras do Regulamento Sanitário Internacional (IHR, na sigla
em inglês, aprovado em 2005), que tem “o propósito de prevenir,
proteger, controlar e dar uma resposta de saúde pública contra a
propagação internacional de doenças, de maneiras proporcionais e
restritas aos riscos para a saúde pública, e que evitem interferências
desnecessárias com o tráfego e o comércio internacionais”. Esta é a
terceira vez que a OMS decreta emergência de saúde pública global, já
anunciada para a poliomielite e para a gripe A.
O que dizem as regras internacionais?
O
IHR estabelece que caso um Estado tenha evidências de um evento de
saúde pública inesperado ou incomum dentro de seu território
(independentemente de sua origem ou fonte), que possa constituir uma
emergência de saúde pública de importância internacional, ele fornecerá
todas as informações de saúde pública relevantes à OMS. E ao receber
estas informações, a OMS avaliará o potencial de propagação
internacional de doenças, a possível interferência com o tráfego
internacional, e a adequação das medidas de controle.
Como se estabelece uma emergência de saúde pública global?
Um
evento constitui uma emergência de saúde pública de importância
internacional, de acordo com o IHR, “quando informações evidenciando a
propagação internacional da infecção ou contaminação forem confirmadas
pela OMS, segundo princípios epidemiológicos estabelecidos; ou houver
evidências de que as medidas de controle contra a propagação
internacional provavelmente não terão sucesso, devido à natureza da
contaminação, agente patológico, vetor ou reservatório; ou o Estado
Parte não possuir capacidade operacional suficiente para realizar as
medidas necessárias para prevenir maior disseminação da doença; ou a
natureza e abrangência do movimento internacional de viajantes,
bagagens, carga, contêineres, meios de transporte, mercadorias, ou
encomendas postais que possam ser afetados pela infecção ou contaminação
exigirem a aplicação imediata de medidas internacionais de controle”.
O que ficou decidido na reunião sobre ebola em relação aos países afetados?
Esses
países devem declarar emergência nacional e mobilizar recursos do
estado para conter a doença. Presidentes e líderes comunitários devem
assumir responsabilidade de comunicar e orientar a população, além de
garantir segurança física e equipamentos médicos de proteção para
médicos e enfermeiras, inclusive pagamento de salários atrasados. Os
países afetados também têm que verificar e escanear cada pessoa com
sintomas de febre que sair dos países afetados em aeroportos e portos.
Não vai haver um embargo sobre viagens para os países afetados. Governos
devem negociar com companhias áreas para que voos não sejam
interrompidos. Eventos como jogos de futebol ou missas devem ser
adiados.
O que ficou decidido sobre os doentes nos países afetados?
Casos
suspeitos não devem ser autorizados a deixar o país (salvo com uma
determinação do governo) e devem ser isolados por pelo menos 48 horas.
Pessoas contaminadas devem permanecer em isolamento durante 31 dias.
Funerais de pessoas contaminadas devem ser acompanhados por
especialistas médicos.
O que ficou decidido em relação aos países que fazem fronteira com os afetados?
Esses
países devem controlar fronteiras e estarem prontos para identificar
casos suspeitos. Se um caso for confirmado, Estados são orientados a
declarar emergência nacional de forma imediata.
O que ficou decidido para o resto do mundo?
Governos
não devem declarar proibição de viagens aos países afetados ou
suspender comércio, mas devem garantir informações sobre a doença e o
que fazer em caso de contágio. Autoridades devem estar preparadas para
identificar, detectar e administrar um eventual caso de ebola, e isso
inclui preparar laboratórios. Aeroportos devem estar prontos para lidar
com eventuais casos suspeitos. Estados devem estar prontos para evacuar
das áreas afetadas seus nacionais, caso seja solicitado.
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