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domingo, 9 de novembro de 2014

Para o cérebro, vício em sexo é semelhante a vício em drogas

De acordo com pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido), para viciados em sexo, a pornografia desencadeia uma atividade cerebral semelhante ao efeito que as drogas têm sobre o cérebro de viciados em drogas. Mas pode ficar tranquilo – isso não significa necessariamente que a pornografia é viciante
 
Embora não existam números precisos, especialistas na área acreditam que um em cada 25 adultos é afetado pelo comportamento sexual compulsivo, mais comumente conhecido como vício em sexo – caracterizado pela obsessão com pensamentos sexuais, sentimentos ou comportamentos que não são capazes de controlar.
 
O consumo excessivo de pornografia é uma das principais características da doença. Isso pode afetar a vida pessoal e profissional, causando sofrimento e sentimentos de vergonha, de acordo com o estudo publicado na revista “PLOS ONE”, que analisou a atividade cerebral de 19 pacientes do sexo masculino afetados pela compulsão, e os comparou com o mesmo número de voluntários. Os pacientes começaram a ver pornografia em idades mais precoces e em proporções mais elevadas do que os voluntários.
 
“Os pacientes em nosso estudo eram todos pessoas que tinham dificuldades consideráveis ​​para controlar seu comportamento sexual e isso trouxe consequências significativas para eles, afetando suas vidas e relacionamentos”, disse Valerie Voon, que liderou o estudo no departamento de psiquiatria de Cambridge. “Em muitos aspectos, eles mostram semelhanças em seu comportamento com pacientes com dependência de drogas. Queríamos ver se essas semelhanças também eram refletidas na atividade cerebral”.
 
O efeito no cérebro
Os participantes do estudo assistiram uma série de vídeos curtos com conteúdo sexualmente explícito ou esportes. Sua atividade cerebral foi monitorada através de ressonância magnética funcional.
 
Os pesquisadores descobriram que três regiões, em particular, ficavam mais ativas no cérebro de pacientes viciados em sexo, em comparação com os voluntários saudáveis. Significativamente, estas regiões – os córtex estriado ventral e dorsal cingulado anterior e a amígdala – também são ativadas em viciados em drogas quando eles recebem estímulos de drogas.
 
O córtex estriado ventral está envolvido no processamento de recompensa e motivação, enquanto o cingulado anterior dorsal está envolvido em antecipar recompensas e com a ânsia por drogas, disseram os estudiosos. A amígdala ajuda a processar o significado dos acontecimentos e emoções.
 
Os pesquisadores também pediram aos participantes que classificassem os seus níveis de desejo sexual enquanto assistiam aos vídeos e dizer o quanto gostavam deles. Acredita-se que viciados em drogas são levados a procurar a droga porque a desejam, não porque desfrutam das sensações que elas proporcionam. Voon explica que este processo é conhecido como incentivo a motivação e é uma teoria convincente quando se trata de distúrbios de dependência.
 
Os pacientes com dependência de sexo apresentaram maiores níveis de desejo pelos vídeos de sexo explícito, mas não necessariamente gostavam mais deles. “Embora estes resultados sejam interessantes, é importante observar que eles não poderiam ser usados ​​para diagnosticar a doença”, ressaltou Voon, acrescentando que são necessários mais estudos e que a sua pesquisa não fornece evidências de que essas pessoas sejam viciadas em pornografia – ou que a pornografia seja inerentemente viciante.
 
Reuters /  Hypescience

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