Thinkstock - Prisão de ventre: um dos sintomas é evacuar menos de três vezes por semana |
Ir ao banheiro menos de três vezes por semana é sinal de constipação, conhecida como prisão de ventre. O problema é caracterizado não só pelo baixo número de evacuações, mas pela consistência endurecida das fezes e pelo esforço necessário para evacuar. A constipação é mais comum em mulheres, uma vez que os hormônios femininos dificultam o trânsito intestinal, e em idosos, pois os músculos intestinais não funcionam a pleno vapor.
“A constipação pode ser um sintoma de doenças como hipertireoidismo, diabetes, esclerose múltipla e Parkinson”, afirma Paulo Corsi, gastroenterologista do Hospital Samaritano, em São Paulo. Por isso, quando uma pessoa sem histórico de prisão de ventre passa a sofrer do problema, é preciso procurar um médico.
Complicações
Caso não seja tratada, a prisão de ventre pode desencadear hemorroidas e diverticulite, uma inflamação no intestino grosso. “Alguns estudos indicam ainda que há uma maior incidência de tumores intestinais em pacientes constipados”, diz Guilherme Andrade, gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
O tratamento da prisão de ventre começa com mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida. Fibras industrializadas, vendidas em farmácias, completam o tratamento. Laxantes e supositórios só devem ser utilizados quando as primeiras medidas não surtem efeito. Contudo, segundo a gastroenterologista Maira Marzinotto, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o problema do uso de laxantes é que muitas pessoas preferem tomar o medicamento a mudar o estilo de vida.
Estratégias para combater a prisão de ventre:
1. Controlar o stress
O stress, a depressão, a ansiedade e qualquer outra modificação no humor interferem na contração intestinal. O intestino está ligado ao cérebro pelo chamado eixo tálamo-intestinal, de modo que hormônios liberados em situações de stress, como o cortisol, afetam diretamente a eliminação de fezes. Praticar atividades relaxantes pode evitar o incômodo.
2. Conversar com o médico antes de tomar qualquer remédio
Remédios contra cólicas menstruais, pressão alta, antidepressivos e derivados de morfina podem agravar ou levar à constipação. “Esses medicamentos alteram a movimentação peristáltica e dificultam a eliminação das fezes”, diz Guilherme Andrade, gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. Por isso, conversar com o médico antes de tomar qualquer medicamento é essencial.
3. Comer fibras
Uma dieta rica em fibras é essencial para combater a prisão de ventre, pois esse nutriente é o principal componente das fezes, ao lado da água. “O consumo de fibras aumenta o bolo fecal e melhora a contração intestinal, responsável por eliminar as fezes”, afirma Carlos Frederico Porto Alegre, gastroenterologista do Hospital Norte D’Or e da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
O ideal é consumir, no mínimo, 25 gramas de fibras ao dia. O feijão preto, por exemplo, tem 15 gramas do nutriente a cada xícara e a aveia crua possui 9 gramas de fibra a cada 100 gramas.
4. Beber bastante água
A água hidrata e amolece o bolo fecal, facilitando o trânsito intestinal. Além disso, ela é a responsável pela atuação da fibra – sem ela, o nutriente não surte efeito. “Comer fibras e não beber água pode causar ainda mais constipação”, diz Paulo Corsi, gastroenterologista do Hospital Samaritano, em São Paulo. O ideal é consumir cerca de 2 litros de água por dia.
5. Fazer atividade física
Exercitar-se regularmente melhora a prisão de ventre por estimular o peristaltismo intestinal, que é o movimento que o intestino faz para eliminar o bolo fecal. De acordo com a gastroenterologista Maira Marzinotto, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, atividades aeróbias, como caminhada, corrida e natação, são as mais efetivas para amenizar o problema.
6. Não abusar dos laxantes
Quando as mudanças de estilo de vida não solucionam a prisão de ventre, os laxantes podem ajudar a eliminar o problema. Contudo, o seu uso só deve ser feito com prescrição médica. Segundo Carlos Frederico Porto Alegre, o excesso de laxativos pode fazer com que a pessoa se acostume a recorrer ao medicamento e acabe virando refém do seu uso. "Eles devem ser usados numa fase momentânea.
Caso sejam utilizados exageradamente, os laxantes podem lesar a mucosa intestinal e, em casos mais graves, perfurar o intestino", diz.
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