Pessoas estressadas têm mais chances de desenvolver alergias quando comparadas a pessoas com cotidianos tranquilos, afirma um estudo realizado pelo Departamento de Alergia e Imunologia da Universidade de Mississipi. A reação alérgica está relacionada à produção de alguns hormônios durante eventos estressantes. Atualmente, no Brasil, esse tipo de doença afeta 35% da população (cerca de 70 milhões de pessoas), conforme dados do Ministério da Saúde.
— No caso da asma, por exemplo, o estresse tem a capacidade de alterar a resposta anti-inflamatória produzida por nossas vias respiratórias para combater esta alergia, aumentando a intensidade, a gravidade e a duração dos sintomas da doença — diz o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, Marcello Bossois.
Para ele, o estresse é um importante gatilho para a asma. O médico explica que sentimentos como medo, preocupação e ansiedade atuam no organismo intensificando as crises de quem já tem predisposição à doença:
— Durante eventos estressantes, a pessoa tende a produzir substâncias que resultam em um perigoso processo que atrapalha a entrada de ar nos pulmões.
Cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, incluindo crianças, sofrem com asma, indicam levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, um estudo recente do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a doença atinge 6,4 milhões de pessoas acima de 18 anos, das quais quase 60% são do sexo feminino.
As alergias na pele — chamadas de pssicodermatoses —, também podem ser impulsionadas pelo estresse. Para reagir a situações tensas, o organismo pode liberar substâncias na corrente sanguínea, causando coceira, inchaço e outros sintomas clássicos de alergias dermatológicas como urticárias e eczemas, explica a alergista do Brasil Sem Alergia, Patrícia Schlinkert:
— Assim como ocorre nas vias respiratórias, no caso da asma, a pele reage a hormônios, como a adrenalina e o cortisol, liberados pelo organismo em maior escala durante situações mais estressantes.
A médica acupunturista Carla Simone defende a eficácia da acupuntura como um recurso terapêutico capaz de diminuir ou até acabar com as crises alérgicas — inclusive com o aval da OMS.
— Além da endorfina e da serotonina, que são neuro hormônios relaxantes produzidos durante a administração da técnica terapêutica, o método é capaz de regular a produção de cortisol, diminuindo os sintomas — observa.
Zero Hora
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