A Organização Save The Children colocou o Brasil em uma lista com 72 países que, segundo a ONG, possuem sistemas de saúde vulneráveis a epidemias graves como a do ebola, que atingiu principalmente países da África Ocidental e matou quase 10 mil pessoas
O relatório, divulgado nesta terça-feira (3), mediu fatores como a proporção de profissionais em relação à população, além das taxas de mortalidade infantil e materna, indicadores efetivos do estado do atendimento médico.
De acordo com o documento, isso significa que os países são vulneráveis e estão muito expostos caso ocorra uma propagação do ebola ou outra epidemia similar.
Segundo a ONG, é provável que ocorra uma nova crise devido aos deslocamentos maiores e mais constantes entre as populações dos diferentes lugares e pelo surgimento de doenças transmitidas de animais para humanos.
Ranking
Na lista das 72 nações, o Brasil é considerado “o melhor entre os piores”, com melhor atendimento médico. Logo após vem Quirguistão, Uzbequistão, Azerbaijão e Egito.
Na lista das 72 nações, o Brasil é considerado “o melhor entre os piores”, com melhor atendimento médico. Logo após vem Quirguistão, Uzbequistão, Azerbaijão e Egito.
A China ocupa a 12ª posição e a Índia está em 55º lugar. Entre as últimas colocações estão o Chade (71), Nigéria (70), Afeganistão (69), Haiti (68), Etiópia (67) e República Centro Africana (66). Em último lugar está a Somália, com o sistema de saúde mais precário do mundo.
Em seu relatório, a ONG também inclui, para efeitos de comparação, uma lista dos países com o melhor atendimento médico do mundo, na qual, de um total de dez, a Austrália figura em primeiro lugar, seguida por Canadá, Alemanha, Itália, Japão e Noruega.
A Espanha ocupa o sétimo lugar, seguida por Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
Mais investimentos financeiros
No relatório, um dos descobridores do ebola, o microbiólogo belga Peter Piot, diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, apoia o pedido da ONG por mais investimentos financeiros para fortalecer os sistemas de saúde dos países pobres, para o acesso universal.
No relatório, um dos descobridores do ebola, o microbiólogo belga Peter Piot, diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, apoia o pedido da ONG por mais investimentos financeiros para fortalecer os sistemas de saúde dos países pobres, para o acesso universal.
“Devido ao surgimento futuro de doenças infecciosas, e também por todas as mortes e doenças desnecessárias que ocorrem todos os dias e passam despercebidas, temos a responsabilidade de capacitar e dar suporte para sistemas de saúde funcionais e resistentes em todo o planeta”, afirma o especialista.
A ONG estima que o custo da operação para conter o ebola na África Ocidental chega a US$ 4,3 bilhões. No entanto, segundo seus cálculos, uma melhora nos sistemas de saúde desses países teria custado US$ 1,58 bilhão.
Segundo balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde, a OMS, 23.729 pessoas foram contaminadas pelo ebola e 9.604 morreram em decorrência da epidemia. Os países mais afetados são Serra Leoa, Libéria e Guiné. Os dados são de 25 de fevereiro.
Cúpula em Bruxelas
Antes da realização nesta terça de uma cúpula sobre o ebola em Bruxelas, a ONG pede aos líderes mundiais que “aprendam com as lições da epidemia” na África Ocidental.
Antes da realização nesta terça de uma cúpula sobre o ebola em Bruxelas, a ONG pede aos líderes mundiais que “aprendam com as lições da epidemia” na África Ocidental.
“Um sistema de saúde mais forte conseguiria conter o ebola em sua raiz, salvando a vida de milhões de crianças e economizando milhões”, afirma a organização, que pede o envolvimento de entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Save the Children pede aos governantes que, além de reconstruir os sistemas de saúde de Libéria, Serra Leoa e Guiné, se comprometam em criar uma cobertura sanitária universal em todos os países, com investimentos de pelo menos 15% de seu orçamento nacional à saúde.
Além disso, propõe que os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que substituirão os Objetivos do Milênio e serão discutidos na ONU em setembro, incluam o compromisso de promover uma cobertura de saúde universal, e que os líderes mundiais se comprometam a acabar com as mortes evitáveis de mulheres, recém-nascidos e crianças até 2030.
G1
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