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domingo, 1 de março de 2015

Qual a melhor estratégia para diminuir o estresse?

Novas pesquisas sugerem que uma estratégia bastante comum de regulação de emoção conhecida como “reavaliação cognitiva” pode realmente ser prejudicial quando se trata de situações de estresse que estão sob nosso controle
 
“O contexto é importante”, disse a cientista psicológica e pesquisadora principal do estudo, Allison Troy, da Universidade Franklin & Marshall, dos Estados Unidos.”Nossa pesquisa é uma das primeiras a sugerir que a reavaliação cognitiva pode realmente ter efeitos negativos sobre a saúde psicológica em determinados contextos”.
 
O que é a tal da reavaliação cognitiva?
A reavaliação cognitiva é uma estratégia que envolve a ressignificação de seus pensamentos sobre uma determinada situação, a fim de alterar o impacto emocional que ela terá em você. Me parece um exercício extremamente racional e bem-vindo. Tanto que pesquisas anteriores chegaram a descobrir que a técnica é especialmente benéfica para a saúde psicológica das pessoas que se sentem altamente estressadas o tempo todo.
 
Mas…
Como Troy e seus colegas descobriram, a controlabilidade de uma determinada situação parece ser a chave para determinar se uma reavaliação cognitiva ajuda ou atrapalha. Ou seja: ela nem sempre é bem-vinda.
 
Para pessoas que enfrentam uma situação estressante em que se tem pouco controle (ou nenhum), como a doença de um ente querido, a capacidade de usar essa reavaliação deve ser extremamente útil. A mudança de emoções pode ser uma das únicas coisas que a gente consegue exercer algum controle sobre. Sendo assim, essa sensação pode nos proporcionar uma espécie de alívio emocional.
 
“Mas para alguém enfrentando problemas no trabalho por causa de mau desempenho, por exemplo, a reavaliação pode não ser tão adequada”, observa Troy. Reformular uma situação para fazer com ela pareça menos negativa, nesse tipo de contexto, pode tornar a pessoa menos inclinada a tentar mudar as coisas.
 
Percebeu a diferença?
Para desenvolver esse estudo, os pesquisadores recrutaram uma amostra de pessoas que viveram uma situação de estresse recente.
 
Os participantes fizeram uma pesquisa online com objetivo de medir seus níveis de depressão e estresse. Cerca de uma semana depois, eles foram ao laboratório de Troy para participar de um desafio destinado a medir a sua capacidade de reavaliação cognitiva.
 
Os participantes, então, assistiram a um videoclipe neutro destinado a induzir uma linha de base emocional neutra, e depois assistiram a três clipes de filmes tristes. Durante esses clipes, eles foram aleatoriamente designados para usar estratégias cognitivas de reavaliação para ver as situações que estavam assistindo “sob uma luz mais positiva”.
 
Resultados
Os resultados mostraram que a capacidade de regular a tristeza se associou com menos sintomas relatados de depressão, mas apenas para os participantes cujo estresse foi incontrolável – aqueles com um cônjuge doente, por exemplo.
 
Para os participantes com estresse mais controlável, se sentir melhor com a reavaliação foi associado com sintomas mais depressivos.
 
“Quando estressores são controláveis, parece que a capacidade de reavaliação cognitiva não é apenas menos benéfica, como pode ser prejudicial”, esclarece Troy. Estas descobertas acrescentam uma ruga às pesquisas que conhecemos até o momento, que têm mostrado consistentemente que a reavaliação está relacionada com resultados positivos – e só positivos.
 
Conclusão
“Estes resultados sugerem que nenhuma estratégia de regulação emocional é sempre adaptativa”, conclui Troy. Adaptar a regulação emocional provavelmente envolve a capacidade de usar uma grande variedade de estratégias em diferentes contextos, em vez de depender apenas uma estratégia em todos os contextos.
 
Estes resultados têm implicações para a saúde pública, uma vez que o estresse e deficiências na capacidade de lidar com ele são importantes preditores de problemas de saúde psicológica.
 
“Nossos resultados sugerem que as intervenções terapêuticas que buscam melhorar a capacidade de regulação da emoção e ensinar os clientes a usar estratégias particulares de maneiras apropriadas seria particularmente benéfica”, segundo Troy.
 
Pode ser, por exemplo, que as estratégias mais ativas, como a resolução de problemas e a busca de apoio social, sejam particularmente benéficas em contextos mais controláveis. Para tirar mais conclusões a respeito deste assunto, os pesquisadores planejam expandir sua abordagem e estudar outras estratégias de regulação da emoção, como aceitação, distração e supressão.
 
Psychcentral / Hypescience

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