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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Doenças Respiratórias Crônicas: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade com repercussões sistêmicas, prevenível e tratável, caracterizada por limitação do fluxo aéreo pulmonar, parcialmente reversível e geralmente progressiva. O tabagismo é responsável por 80 a 90% das causas determináveis da DPOC
 
A limitação é causada por um estreitamento dos pequenos brônquios, devido tanto pelo engrossamento das paredes quanto pela presença de secreção dentro dos brônquios (o que define o quadro de bronquite crônica). Além disso, há uma progressiva destruição do tecido pulmonar, que normalmente se parece como uma esponja densa e que, com a doença, se torna cada vez mais perfurado e aerado (quadro descrito como enfisema pulmonar). Estas duas alterações estão presentes em maior ou menor grau, variando de caso para caso.
 
A DOPC é suspeitada quando o indivíduo apresenta um quadro de tosse crônica e dispneia (“cansaço”), especialmente quando ele apresenta fatores de risco, como história de tabagismo. O diagnóstico é confirmado por exames que avaliam o fluxo de ar no pulmão.
 
Além do tabagismo, a poluição domiciliar, como fumaça de lenha e querosene, exposição a poeiras e produtos químicos, doenças genéticas, infecções respiratórias recorrentes e desnutrição na infância são fatores de risco para o desenvolvimento de DPOC.
 
A gravidade da doença pode ser avaliada quanto ao grau de obstrução ao fluxo respiratório ou quanto à intensidade dos sintomas que o indivíduo apresenta. O grau de obstrução ao fluxo aéreo é definido por exames específicos, enquanto a intensidade dos sintomas do indivíduo é avaliada pela falta de ar e diminuição de capacidade para a realização das atividades diárias segundo a tabela abaixo.
Índice de Dispneia MRC:


Fonte: Medical Research Council Dyspnea Index (Fletcher CM, Elmes PC, Fairbairn AS, Wood CH. The significance of respiratory symptoms and the diagnosis of chronic bronchitis in a working population. Br Med J. 1959;2(5147):257–266.)
 
O tratamento depende do grau de obstrução e da sintomatologia do indivíduo. Entretanto, para todas as pessoas com DPOC é fortemente recomendado:


• controle das causas da doença (especialmente parar de fumar),

• orientação adequada ao indivíduo sobre as características da doença e dos tratamentos indicados (incluindo o uso de broncodilatadores sempre que necessário) e

• vacinação segundo esquema específico recomendado a estes pacientes.
 
Com o tratamento realizado de forma adequada, o paciente tem mais chances de aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir a progressão da doença, melhorar a tolerância a exercícios, prevenir e tratar exacerbações e reduzir a mortalidade.
 
Como até 90% dos casos de DPOC ocorrem em função do tabagismo, a medida preventiva e terapêutica isolada mais eficaz e de melhor custo-efetividade é a cessação do hábito de fumar. O controle da exposição à fumaça do tabaco, poeiras, poluentes domiciliares e ambientais são também metas importantes, tanto para prevenção do DPOC, quanto para diminuição da progressão de quadros já instalados.
 
Atividades físicas
Pessoas que tenham a DPOC devem realizar exercícios físicos regulares concomitantes com o tratamento farmacológico indicado pelo profissional de saúde. Todos os pacientes com DPOC devem ser encorajados a manter atividade física regular e um estilo de vida saudável.
 
Aqueles que têm dificuldade em manter uma atividade física por dispneia (falta de ar), apesar da otimização do tratamento medicamentoso, deve buscar o programa supervisionado de reabilitação, que compreende a realização de exercícios, apoio psicossocial, abordagem nutricional, educação sobre a doença e oxigenoterapia quando necessário. Os profissionais de saúde da Equipe Saúde de Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem ser consultados para orientação quanto a forma correta de se realizar os exercícios.
 
Além das atividades físicas, a alimentação também é parte importante do tratamento. Cerca de 20 a 30% dos pacientes com DPOC têm peso abaixo do normal e 30 a 40% deles têm peso acima do normal. Ambas as situações podem ser prejudiciais para o paciente. A equipe ESF pode auxiliar a pessoa com dificuldades no controle do peso e, quando necessário, encaminhá-la ao nutricionista do NASF para acompanhamento.
 
Em caso de dúvidas, procure a sua Unidade Básica de Saúde. O diagnóstico correto e o tratamento adequado pela equipe de saúde são pontos cruciais para o controle dos sintomas. E lembre-se: parar de fumar é melhor ação para tratar e prevenir o DPOC. O tratamento para cessação do tabagismo está também disponível nas Unidades Básicas de Saúde. Cuide de você!
 

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