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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Por que ainda não existe a pílula anticoncepcional masculina?

Empresa indiana fez pesquisas com contraceptivo para homens, mas especialista diz que dificilmente produto seria em forma de pílula
 
Desde a década de 1960, com a popularização da pílula anticoncepcional, em plena revolução feminista, as mulheres ganharam mais liberdade sexual. Mais de 50 anos depois, a discussão é outra: essa responsabilidade é só da mulher? Quando vai surgir a "pílula masculina"?
 
O médico Fernando Lorenzini, do Departamento de Reprodução Humana da Sociedade Brasileira de Urologia, explica que o funcionamento do sistema reprodutor masculino é completamente diferente do feminino, e uma comparação entre os dois não faz muito sentido – portanto, falar em "pílula masculina" é difícil:
 
– Uma pílula, ou qualquer tratamento via oral para homens, é muito improvável, porque os testículos produzem uma quantidade enorme de espermatozoides por dia. Portanto, zerar essa produção implica num tratamento muito rigoroso e com muitos efeitos colaterais indesejados. Na mulher, o bloqueio hormonal é diferente, mais simples – explica.
 
Quando se fala em anticoncepcional, o que vem à cabeça é a pílula, mas métodos anticoncepcionais existem muitos: camisinha, vasectomia e coito interrompido, para ficar só nos exclusivamente masculinos, são métodos difundidos para evitar a concepção. Mas, por enquanto, remédios que não permitam a produção de espermatozoides ainda não existem.
 
No entanto, há empresas ao redor do mundo que fazem pesquisas nesse sentido. A mais famosa delas é a Parsemus, uma fundação norte-americana sem fins lucrativos, que desenvolveu a Vasalgel, uma injeção que filtra o esperma na região dos testículos. A atuação da injeção no organismo seria através de polímeros que preenchem os canais deferentes, não permitindo que o esperma circule. Diferente de outros métodos, esse pode ser revertido com uma outra injeção, que libera os canais. A previsão é que o Vasalgel chegue ao mercado em 2017, mas o produto ainda está em fase de estudos – e os últimos resultados divulgados são de testes realizados há mais de 10 anos, de acordo com o Motherboard.
 
– É possível que uma injeção de longa ação, que tem a duração de três a seis meses, possa ser preferível para alguns homens e para os seus parceiros no longo prazo. Este tipo de contraceptivo hormonal masculino também está em desenvolvimento e os resultados desses tipos de injetáveis de ação longa parece muito promissor – disse a professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, Stephanie Page, em entrevista a ZH no final do ano passado.
 
Seja em 2017 ou num futuro mais distante, o medicamento contraceptivo masculino deve encarar o problema de uma maneira diferente da pílula feminina, já que anular a produção de espermatozoide requer um tratamento muito intenso. Enquanto isso, médicos recomendam diferentes tipos de métodos para evitar a gravidez:
 
– Depende de cada pessoa. Se o homem não deseja mais ter filhos, é possível fazer a vasectomia, que tem um pequeno índice de falha, e um índice de reversão que vai de 30% a 80%. Há a camisinha, que também é muito efetiva. O coito interrompido não é uma forma recomendada – avalia Lorenzini, citando as possíveis alternativas para contracepção masculina.
 
Zero Hora

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