Veja.com/Divulgação: Monelina |
É possível criar um adoçante 3000 vezes mais doce do que o açúcar e sem calorias? Os italianos mostraram que sim. O Departamento de Química da Universidade de Nápoles, na Itália, anunciou o surgimento de um novo adoçante que, nos próximos dois anos, estará disponível para as indústrias farmacêuticas e alimentícias. Para se ter uma ideia da potência, o adoçante natural estévia, que se torrnou popular nos últimos três anos no Brasil, é 300 vezes mais doce do que o açúcar -- dez vezes menos poderoso que a monelina, potanto.
O novo produto foi desenvolvido a partir da proteína monelina, presente na fruta Serendipity Berry, originária de países africanos, como Moçambique e Angola. A proteína foi descoberta em 1969 pelo instituto de pesquisa americano Monell Chemical Senses Center, na Filadélfia.
Até então, o grande desafio da equipe italiana era driblar um mecanismo próprio da monelina -- o perder a característica de adoçar mesmo em temperaturas quentes. Em sua forma natural, quando aquecida, a proteína sofre modificações em sua estrutura e perde a propriedade.
O composto perderia o efeito em um cafezinho quente ou em alimentos que precisam ir para o forno, por exemplo. Mas os pesquisadores conseguiram modificar a proteína, utilizando um processo de fermentação com bactérias geneticamente modificadas. "Era o que faltava para o adoçante se tornar superpotente em todo tipo de alimento, incluindo os quentes", diz a nutricionista Ana Carolina Moron, pesquisadora da Universidade de São Paulo.
Recentemente, a empresa PepsiCo anunciou que deixará de utilizar aspartame em seu refrigerante diet nos Estados Unidos. O substituto será a sucralose, outro tipo de adoçante. O motivo é puramente comercial - uma pesquisa de mercado mostrou que os muitos consumidores rejeitavam o refrigerante por acreditarem que o aspartame seja nocivo à saúde.
A preocupação, contudo, não tem fundamento científico. Mais de 90 países aprovam o uso do aspartame e a própria Food Drugs Administration (FDA), a agência reguladora americana, descreve o aspartame como um dos aditivos autorizados pelo órgão. A promessa de um novo adoçante, no entanto, é sempre uma boa notícia.
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