Rio - O Ministério da Saúde investiga a possível presença de um novo vírus no Brasil, com origem na África e na Ásia e que, assim como o da dengue, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os casos suspeitos do Zika Vírus sob análise foram notificados em seis estados do Nordeste. A nova doença tem sintomas semelhantes aos da própria dengue e também da febre Chikungunya.
Em abril, dois pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) afirmaram ter encontrado o vírus em amostras de sangue de doentes da cidade de Camaçari, na Bahia. A análise foi feita após pacientes apresentarem manchas e dores no corpo, sem a presença de febre.
O Ministério da Saúde está fazendo novos testes, já que os da universidade apresentaram um resultado preliminar. As mesmas amostras usadas na UFBA foram encaminhadas para avaliação aos laboratórios de referência: Instituto Evandro Chagas e Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A confirmação da circulação do Zika no Brasil ocorrerá somente após o laudo dos centros de referência. O ministério não informou quando o resultado ficará pronto nem quantas amostras estão sendo estudadas.
Os principais sintomas da doença são febre baixa; olhos vermelhos (sem secreção e sem coceira); dores nas articulações, músculos e cabeça; e manchas na pele com pontos brancos ou vermelhos. Os sinais duram até uma semana mas, segundo o ministério, a maior parte dos casos não apresenta sintomas e não há registro de morte associada.
Pelo menos seis estados do Nordeste já registraram casos suspeitos da febre Zika, segundo o jornal ‘Estado de S. Paulo’. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio, não há evidência de casos suspeitos da infecção no estado.
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Alexandre Chieppe, explica que até hoje não há relato de circulação do Zika nas Américas. “O vírus foi isolado pela primeira vez em 1948, em macacos, e tem histórico de circulação na África e em parte da Ásia”, explica.
Segundo Chieppe, uma hipótese para a chegada do vírus é a presença no Brasil de pessoas que tenham vindo do exterior. Ao contrário da dengue, o Zika não possui subtipos. “O quadro clínico é brando na maioria das vezes, o que pode acabar confundindo-o com o de qualquer doença infecto-contagiosa. Se a pessoa for infectada, assim como na dengue, ela fica imune à doença”.
Dengue
O último boletim divulgado pelo ministério mostra que o Brasil está em estado de epidemia. De janeiro até 18 de abril, foram registrados 745,9 mil casos. Desses, 401.564 em São Paulo e 21.706 no Rio de Janeiro.
Chikungunya
Outra doença transmitida pelo Aedes, apresenta sintomas semelhantes aos da dengue. Já houve três casos confirmados no Rio, além de mais em outros locais do Brasil, mas todos de pessoas que vieram do exterior. A grande preocupação das autoridades é o fato de a maior parte da população brasileira não ter imunidade. Em outros países na mesma situação, a Chikungunya chegou a afetar 60% da população.
Tratamento
Com paracetamol para tratar febre e dor. No caso da febre Zika, não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias, devido ao risco de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue.
O Dia
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