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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Adesivo repelente de alta tecnologia deve ser lançado ano que vem

No Alasca, mosquitos superam as pessoas numa proporção de 24 milhões para um. Isso faz do estado americano um ótimo lugar para testar as últimas defesas contra os bichinhos
 
Em um experimento, a jornalista americana Jennifer Jolly, do jornal “The New York Times”, utilizou produtos mais recentes do mercado: pulseiras seguras para crianças feitas com óleos vegetais, ventiladores com o repelente embutido, roupas tratadas quimicamente e o bom e velho inseticida. Por fim, testou um adesivo de alta tecnologia que só deve ser lançado no ano que vem, o qual creditou como tendo os melhores resultados.
 
O produto, de cheiro parecido ao de cravo-da-índia, confunde os sentidos do mosquito, obstruindo sua habilidade de nos localizar pelo dióxido de carbono que exalamos e confundindo a capacidade de nos achar de perto. A substância foi muito eficaz no laboratório, mas o teste decisivo será feito quando for usada em todos os cantos recobertos de mosquitos do planeta. A versão branda do composto do laboratório Kite, em Riverside, Califórnia, a ser lançada em 2016, é feita com odores baseados em plantas, o que não exige aprovação da Agência de Proteção Ambiental. Uma versão mais forte aguarda aprovação regulatória para 2017.
 
Uma equipe de cientistas e empreendedores do setor tecnológico está dando os toques finais no adesivo, para ser usado na roupa, que “praticamente torna os humanos invisíveis para os pernilongos”, segundo a jornalista.
 
As apostas são altas. Até agora, 40 estados americanos registram casos de febre do Nilo Ocidental. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os mosquitos permanecem como os animais mais mortais do planeta, transmitindo doenças como a do Nilo Ocidental, chicungunha e malária que matam mais de um milhão de pessoas por ano. Qualquer tecnologia nova para repelir de forma eficaz e consistente os pernilongos não vai apenas tornar os verões mais confortáveis – também salvará vidas.
 
O primeiro teste da jornalista contra mosquitos foi com uma série de pulseiras coloridas, seguras para crianças, embebidas em óleos vegetais naturais, tais como citronela, gerânio, capim-limão e hortelã. Jennifer experimentou o bracelete chamado Buglet, disponível em uma série de cores e com “personagens animais fofinhos”. Também testou o de plástico mais modesto chamado Bugband e a versão com velcro chamada Parakito. Segundo ela, todos tinham cheiro bom e ótimo visual, mas não afastaram os bichos por muito tempo. Embora não pousassem diretamente nas pulseiras, não se intimidavam em vir comer a poucos centímetros dali.
 
Há, ainda, como reportou, o Off Clip On – um ventilador do tamanho de um celular encaixado na parte de cima da calça ou em um bolso. Gire o botão e ele circula um repelente sem cheiro feito com metoflutrina. O aparelho custa menos de US$ 10, com pilhas inclusas. Segundo a embalagem, contém repelente suficiente para 12 horas. A seguir, vestiu roupa com permetrina, substância sintética que atua como os extratos naturais da flor do crisântemo e mata insetos quando é perfurada. Usou moletom e calça da Exofficio. A roupa funcionou “razoavelmente bem”, mas embora os mosquitos não a tenham penetrado, eles se mostravam “perfeitamente à vontade” para voar ao seu redor e, às vezes, “pousar em qualquer pedaço de pele nua que pudessem encontrar”.
 
Para Jennifer, a única coisa que funcionou bem de verdade é algo que já funcionava bem 40 anos atrás: inseticida com DEET. No entanto, a outra opção promissora – um adesivo que praticamente cria um campo de força repelente aos pernilongos ao redor do corpo – estará disponível até o próximo verão.
 
O Globo

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