Pesquisadores do curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) descobriram efeitos promissores no consumo do extrato de hibisco, capazes de prevenir e inibir o avanço tumoral do câncer de cólon. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e avaliou a espécie Hibiscus cannabinus.
A descoberta foi feita por alunos do curso de Nutrição, sob a coordenação da professora Sandra Soares. Durante nove semanas, os pesquisadores realizaram análises em laboratório com ratos. Os animais foram separados em três grupos: um grupo controle (ratos saudáveis) e dois grupos induzidos à carcinogênese de cólon, sendo que desde o início do processo, um dos grupos manteve dieta normal e outro teve a alimentação enriquecida com o extrato seco da flor de Hibiscus cannabinus, produzido por botânicos da Epagri. A espécie, originária da África, é rica em um pigmento vermelho chamado antocianina, que possui poderoso efeito antioxidante.
A conclusão dos testes apontou que o avanço tumoral nos animais que consumiram o extrato de hibisco foi bem menor do que a nos animais que receberam apenas a alimentação normal.
— É como se o hibisco ajudasse a bloquear a instalação dos tumores. As suas substâncias atuam diretamente na genotoxicidade, ou seja, nas toxinas que causam a alteração no DNA, que vão dar origem ao câncer — acrescenta a professora Sandra Soares Melo, coordenadora da pesquisa.
Outros fatores positivos percebidos nos animais que utilizaram o hibisco foram, menor perda de peso, e melhora no funcionamento do fígado, o que segundo a pesquisadora, diminui os danos hepáticos causados pela sobrecarga de medicamento.
A pesquisa com Hibiscus cannabinus é inédita e foi uma das novidades apresentadas no 13º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, realizado este ano em São Paulo (SP). Para os pesquisadores da Univali, as funções medicinais descobertas na planta oferecem as primeiras bases científicas para que o extrato de hibisco seja utilizado como preventivo e para auxiliar no tratamento de pacientes com câncer de cólon. A intenção agora é repetir o estudo, só que desta vez, com a utilização do hibisco na forma de chá.
Foto: Univali / Divulgação
Foto: Univali / Divulgação
Zero Hora
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