O surto de casos de microcefalia associado ao vírus Zika tem deixado a população preocupada, principalmente as gestantes
Para esclarecer as dúvidas, durante toda a semana, o Blog da Saúde publicará uma série de matérias com respostas aos principais questionamentos postados em nossas redes sociais.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é igual ou superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos) como bactérias e vírus e radiação.
É possível detectar a microcefalia no pré-natal. No entanto, o diagnóstico só é feito após o nascimento do bebê. O primeiro exame físico faz parte da rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas após o parto. Este período é um dos principais momentos para se realizar a busca ativa de possíveis anomalias congênitas.
Malformações congênitas podem ocorrer em qualquer período da gestação. Porém, acredita-se que os três primeiros meses sejam os mais importantes para o desenvolvimento do bebê. No caso da microcefalia associada ao vírus Zika, o Ministério da Saúde continua investigando para esclarecer como ocorre essa transmissão e sua atuação no organismo humano. Pesquisas sobre a infecção do feto e o período de maior vulnerabilidade para a gestante estão em curso.
A prevenção da microcefalia como consequência da infecção pelo Zika passa por uma gravidez saudável, bem acompanhada por uma equipe de saúde e evitando o contato com o mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Para garantir o cuidado adequado às gestantes e bebês, o Ministério da Saúde está disponibilizando, a todos os profissionais de saúde, o Protocolo e Diretrizes Clínicas para o atendimento da microcefalia. Além disso, o Ministério da Saúde vai ampliar a cobertura de tomografias e apoiar a criação de centrais regionais de agendamento dos exames. Para tratar dos bebês com a malformação, está prevista a ampliação do atendimento do plano Viver sem Limite, que é voltado à pessoa com deficiência, com a implantação de 89 novos centros de reabilitação, além dos 125 já existentes.
Profissionais da Atenção Básica e os profissionais do Programa Mais Médicos também serão envolvidos nas ações de promoção, prevenção e assistência aos pacientes. A Rede Cegonha vai fortalecer a atenção para gestantes e crianças. Mais de 4 milhões de Cadernetas da Gestante – com orientações fundamentais ao pré-natal – e 37,5 milhões de testes rápidos de gravidez serão enviados às unidades de saúde.
Orientações para gestantes
É importante que as gestantes realizem um pré-natal completo, com todos os exames previstos nesta fase. E tenham os cuidados habituais para uma boa gestação, como não consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas e não utilizar medicamentos sem a orientação médica. Qualquer alteração que acontecer durante a gestação deve ser relatada aos profissionais de saúde que a acompanham.
As medidas para prevenir as picadas do mosquito Aedes aegypti precisam ser reforçadas. Por isso, as gestantes devem manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e repelentes indicados para o período da gestação. Confira a nota oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre os repelentes. Além disso, evitar contato com pessoas com febre, manchas vermelhas (exantemas) ou infecções.
Combate ao Aedes
A adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças devem ser seguidas por todos. A principal forma de prevenção é evitar que os mosquitos nasçam. A eliminação de criadouros é fundamental. Para chamar a atenção sobre a importância da limpeza, o Ministério da Saúde lançou a campanha "Sábado da Faxina - Não dê folga para o mosquito da dengue". A ideia é que toda a população dedique um dia da semana para verificar todos os possíveis focos do mosquito, fazendo uma limpeza geral em sua residência e impedindo a reprodução do aedes. Também haverá campanha informativa para gestantes e mulheres em idade fértil, página na internet e aplicativo de celular com informações sobre microcefalia e vírus Zika.
Em 45 dias um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas. É bom lembrar que o ovo pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde foi depositado estiver seco. Se a área receber água novamente, o ovo ficará ativo e poderá atingir a fase adulta em poucos dias. Para evitas estes casos, após eliminar a água parada, é importante lavar os recipientes com água e sabão.
Confira o check list para saber se sua casa, ambiente social e trabalho estão livres de possíveis criatórios para o mosquito Aedes aegypti.
Blog da Saúde
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