A pequena Ana, de oito meses, filha da bancária Fernanda SatomiIto estava com uma gripe insistente. “No primeiro momento não tinha nenhum sintoma preocupante. Ela estava com aquela fraqueza que é normal no início de uma gripe, com uma febre baixa, mas como eu tinha uma viagem marcada, pensei que a gripe poderia piorar se não cuidássemos logo”, relembra Fernanda. A bancária então decidiu buscar atendimento médico para a bebê.
Após as consultas, o resultado de um exame de sangue, chamou atenção para o quadro de saúde da pequena. “A suspeita era até que ela tivesse com uma infecção urinária porque não tinha tosse. Quando eu peguei o exame notei que os leucócitos estavam muito altos, acima do normal. Fizemos o Raio X e quando saiu o resultado, já tinha pequena mancha no pulmão dela”, explica.
Assim como a Fernanda, muitos pais não conseguem identificar com clareza os sinais que mostram se a criança pode estar ou não com pneumonia. Para a pneumologista pediátrica do Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), Ana Cristina, os pais vão precisar mesmo de ajuda profissional para identificar os sintomas da pneumonia.
“Geralmente os pais chegam ao consultório com a criança que tem tosse e febre. Você examina e percebe uma alteração na frequência respiratória também”, explica a pneumologista. A médica lembra que para cada faixa etária, há um corte de frequência respiratória e vai ser difícil os pais saberem se a respiração do filho está ou não dentro dos padrões. “A melhor opção é sempre, em caso de dúvida, procurar um profissional para verificar a situação de saúde da criança”, reforça Ana Cristina.
Esses são os sintomas mais comuns da doença: tosse, febre e alteração da frequência respiratória da criança, mas nem sempre eles apareceram de forma clinicamente clara, como aconteceu no caso da pequena Ana. “Apesar de ser difícil ver uma criança quieta mesmo doente, cada família consegue identificar quando os seus não estão com a energia que geralmente as crianças possuem no dia a dia”, afirma a pneumologista.
Foi assim que a estudante Andressa Sales percebeu que havia algo errado com a saúde do filho Lucas, de quatro anos. “Eu levei ele no médico porque ele estava cansado, tossindo, com sintomas de crise de asma que a gente já conhecia. Mesmo medicado, depois de cinco dias ele um dia acordou chorando dizendo que o peito estava doendo quando respirava”, conta Andressa.Quando a família voltou ao médico e saiu o resultado do exame de Raio X do Lucas, a pneumonia dele já estava avançada.
Andressa questionou a médica do motivo da pneumonia já que há alguns dias esteve no hospital.
A profissional que a atendeu explicou que essa era uma das características da doença: a pneumonia podia aparecer silenciosamente vinda de um outro problema respiratório. “Fiquei meio desesperada, mas aliviada por ele não ter precisado ficar internado. Eu achava que um quadro de pneumonia era só quando a criança já estava meio prostrada, dando febre por alguns dias e ele não apresentava nenhum desses sintomas”, Andressa relembra. A partir de agora, segundo a mãe, se o Lucas reclama, respira fundo e diz que está doendo o peito, ela fica receosa de ser pneumonia mais uma vez.
A profissional que a atendeu explicou que essa era uma das características da doença: a pneumonia podia aparecer silenciosamente vinda de um outro problema respiratório. “Fiquei meio desesperada, mas aliviada por ele não ter precisado ficar internado. Eu achava que um quadro de pneumonia era só quando a criança já estava meio prostrada, dando febre por alguns dias e ele não apresentava nenhum desses sintomas”, Andressa relembra. A partir de agora, segundo a mãe, se o Lucas reclama, respira fundo e diz que está doendo o peito, ela fica receosa de ser pneumonia mais uma vez.
O exame de Raio X é fundamental para confirmar os outros sinais já identificados no exame clínico feito pelo médico. Algumas crianças podem eventualmente se queixar de dor no peito. “Não é uma queixa comum em crianças menores, mas pode ser em crianças em idade escolar. Quando você tem uma pneumonia, tem um processo inflamatório e a pleura é o revestimento do pulmão. O avanço da infecção até esse revestimento se manifesta com dor. Essa é a forma do corpo mostrar isso”, detalha a médica.
A médica reforça que no caso de crianças resfriadas, quando são levadas para atendimento especializado, é comum o profissional orientar o responsável para voltar em 48 horas, melhorando ou não, para uma nova análise da situação de saúde. “Isso é muito importante porque um simples resfriado pode naturalmente melhorar, mas ele também pode evoluir para uma pneumonia”, explica a pneumologista.
A pneumonia ainda é a principal causa de internação no Sistema Único de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, em 2015 foram realizadas 627.663 internações por conta da doença. No ano anterior, 654.772 interações foram registradas.
Tratamento
Não é possível tratar uma pneumonia apenas com medicamentos caseiros, como aquele chá de limão ou outros preparos, como os gargarejos de água com sal – dicas comuns para resfriados. Para combater a doença é necessária medicação específica, com antibióticos, podendo haver necessidade de internação. “É muito importante o acompanhamento. Você pode tratar com medicamentos, em casa, sem a necessidade de internar, mas tem que tratar. A pneumonia, se não tratada, pode levar a criança a uma insuficiência respiratória e óbito”, alerta Ana Cristina.
Prevenção
Desde 2010, o Ministério da Saúde oferece no Programa Nacional de Imunização a vacina Pneumocócica 10 valente. As crianças são vacinadas em 3 doses: aos 2 meses, 4 meses e reforço aos 12 meses. A vacina, além de prevenir contra a pneumonia, também imuniza as crianças contra problemas como otite, meningite e infecções causadas pelo Pneumococo.
Outra vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) é a Pneumocócica 23, também contra a pneumonia, mas direcionada aos idosos. Ela é ofertada gratuitamente a população com mais de 60 anos.
Gabi Kopko, para o Blog da Saúde
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