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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Radioterapia: um passo para a cura do câncer

radioterapiaPlano de Expansão em Radioterapia tem ampliado o acesso da população a procedimentos oncológicos no SUS

A Daniele Santos tinha apenas 21 anos quando descobriu um tumor nos seios. A operadora de telemarketing, que vive em Maceió (AL) com o marido, achou estranho um caroço que mais parecia uma espinha, mas que nunca secava. Quando procurou o médico, soube que teria que enfrentar o câncer de mama, o que mais acomete mulheres em todo o mundo.

Descoberta a doença, ela começou imediatamente o tratamento na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Retirou a mama direita numa cirurgia, fez 17 sessões de quimioterapia – que utiliza químicos para conter as células da doença – e agora, aos 22 anos de idade, iniciou a última fase do tratamento: a radioterapia.

Radioterapia é uma das principais formas de tratamento do câncer, onde doses de radiação são aplicadas no local onde há ou pode haver tumor, para ajudar o corpo a eliminar de vez qualquer resquício do câncer. Esse processo modernamente é feito através de um equipamento complexo e de alto custo chamado "acelerador linear". A Daniele precisará de 25 sessões de radioterapia, já passou por seis delas.

Um passo para a cura
A radioterapia é a última etapa no tratamento contra o câncer, portanto, para os pacientes, representa um passo para a cura. É com base neste objetivo, que o Ministério da Saúde lançou o Plano de Expansão em Radioterapia, que tem ampliado o acesso da população a procedimentos oncológicos no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de novos equipamentos e da construção do espaço físico específico para abriga-los.

Como se trata de radiação, as salas onde os procedimentos acontecem precisam ser especiais. Com o Plano, o SUS contará com 100 novos aceleradores lineares altamente modernos para a radioterapia. Além de Maceió (AL), hospitais de Campina Grande (PB), Feira de Santana (BA), Curitiba (PR) e Brasília (DF) já receberam o aparelho e já estão tratando pessoas.

“Essa máquina nos dá condições de trabalhar com exatidão e beneficiar o paciente com integralidade. O sistema acoplado é efetivo e nos faz dar a dose exata de radioterapia. O tratamento é feito de forma saudável, porque só atinge a região que precisamos para combater a doença. Os efeitos secundários são mínimos. Estamos propiciando para o paciente do SUS um tratamento que se faz nos maiores centros internacionais, como nos Estados Unidos, na Inglaterra e nos países mais avançados. Isso é dignidade”, comemora o médico responsável por esta área na Santa Casa de Maceió, Marcos Davi.

O colega José Joaquim Costa, físico médico da Santa Casa, também celebra a chegada do novo acelerador. “Tínhamos uma demanda grande de pacientes, com uma máquina boa e outra já obsoleta, antiga. E esta aqui veio completar o nosso objetivo de tratamento. Tratar os pacientes com mais tranquilidade, com mais confiança e com mais eficácia”.

Para a Daniele, ser uma das primeiras pacientes que utilizam o novo acelerador linear em Maceió é um privilégio. “Como essa tecnologia é mais avançada ajuda a gente que precisa. A batalha contra o câncer já está quase na reta final. Ainda quero ter filhos. Isso é muito importante pra mim e pro meu esposo”.

Progresso no SUS
Além dos aceleradores e dos espaços físicos que recebem estes equipamentos, o Ministério da Saúde inaugurou o primeiro centro de treinamento de radioterapia do Brasil. Isso só foi possível por conta do Acordo de Compensação Tecnológica com a empresa Varian Medical, que vai produzir os aceleradores lineares em uma fábrica nacional, em Jundiaí (SP).

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, resumiu o que estas conquistas representam para o tratamento oncológico feito no SUS. “Fizemos a maior compra pública de aceleradores lineares do mundo. São 100 equipamentos, eram 80 e adicionamos mais 20. E com a construção dessa fábrica, alguns desses equipamentos serão fabricados aqui. Teremos manutenção, técnicos e peças para reposição com valores em reais. E esse centro de treinamento é fundamental nesse início, para que as pessoas se qualifiquem para operar os equipamentos”, comemora.

Esse acordo também estabeleceu a vinda da fábrica de aceleradores lineares para o Brasil. O que trará o desenvolvimento de fornecedores, a geração de empregos e a transferência de tecnologia na área de softwares médicos para Institutos de Ciência e Tecnologia Brasileiros. Consequentemente, isso contribui para o fortalecimento do SUS e para produção de tecnologia nacional.

Erika Braz, para o Blog da Saúde

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