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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

HPV afeta 54% dos jovens de 16 a 25 anos no Brasil

Em junho, o governo anunciou a ampliação do público-alvo para vacinação contra a doença, que são adolescentes de 11 a 15 anos

Brasília - Dados premilinares divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos têm prevalência de HPV, sendo que 38,4% são de tipos de alto risco para desenvolvimento de câncer. O estudo, que é preliminar, foi feito com 5.812 mulheres e 1.774 homens, que foram entrevistados e fizeram exames em 26 capitais em no Distrito Federal.

Em junho, o governo anunciou a ampliação do público-alvo para vacinação contra a doença, que são adolescentes de 11 a 15 anos, que podem receber uma dose. A infecção por HPV é associada a vários tipos de câncer, principalmente ao de colo de útero, mas também de pênis, vulva, reto e orofaringe.

O Ministério da Saúde fez os testes com conjunto com o Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre, dentro do projeto POP-Brasil-Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV. A pesquisa faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O lançamento será realizado durante o encontro “Estudo POP-Brasil: resultados e ações para o enfrentamento da infecção pelo HPV”, na Universidade Federal de Ciências Sociais de Porto Alegre.

Importância
A diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, explica a importância desse tipo de estudo para conhecer a prevalência da doença. “Até então, não havia estudos de prevalência nacional do HPV que possam medir o impacto da vacina no futuro. O sucesso da vacinação deve ser monitorado, não somente em termos de cobertura, mas principalmente em termos de efetividade na redução da infeção pelo HPV”, afirmou.

O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde em abril de 2018. A pesquisa POP-Brasil foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde e um Centro de Testagem e Aconselhamento com a colaboração de mais de 250 profissionais de saúde.

O estudo identificou os fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e regionais associados à ocorrência do HPV em mulheres e homens. Até o momento, das 27 cidades incluídas, a maioria concluiu a meta do estudo (Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Recife, Salvador, São Luís, Teresina e Vitória) e as outras estão em fase de finalização (Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro e São Paulo).

A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6 %), seguido de brancos (23,9 %) e pretos (16,7 %). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7 %) e 74 indígenas (1,2 %). Essa distribuição é a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária. Em relação à escolaridade, 37,9 % dos jovens disseram estar estudando; 28,3 % interromperam os estudos e 33,8 % concluíram os estudos. A população que compôs o POP-Brasil foi, majoritariamente, da classe C (55,6 %) ou D-E (26,6 %), seguida da classe B (15,8 %) e somente 112 indivíduos foram incluídos na classe A (2,0 %). Dos indivíduos que disseram estar trabalhando, 21,0 % não tinham carteira de trabalho assinada (ou trabalho informal - por conta própria), 20,8 % trabalhavam com carteira assinada, 1,0 % era servidor público e 57,0 % somente estudavam.

Relação Afetiva
A maioria dos entrevistados afirmou estar em relação afetiva estável, sendo que 41,9 % estavam namorando e 33,1% casados (ou morando com o parceiro); o restante estava sem relacionamento, sendo solteiro (24,2 %) ou divorciado (0,7 %). Dos jovens entrevistados, 15,6 % disseram que fumam, 70,8 % relataram já terem feito uso de bebidas alcoólicas e 27,1 % de drogas ao longo da vida. A droga mais utilizada foi a maconha (23,7 %). Quanto à saúde sexual, a média de idade de início da atividade sexual foi de 15,3 anos sendo 15,4 anos para mulheres e 15 anos para homens. A diferença média de idade entre parceiros na primeira relação sexual foi de 3,8 anos. Entre as mulheres, 47,7 % já engravidaram, sendo que dessas, 63,4 % tiveram um filho e 35,4 % tiveram 2 ou mais. A idade média para a primeira gestação foi de 17,1 anos.

Somente cerca da metade dos indivíduos (51,5 %) disseram usar camisinha rotineiramente e, apenas 41,1 % fizeram uso na última relação sexual. O comportamento sexual de risco foi observado em 83,4 % dos entrevistados, sendo que a média de parceiros sexuais no último ano foi de 2,2 e a média de parceiros nos últimos 5 anos de 7,5.

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