Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Em SP, maioria faz o 1º teste de HIV depois dos 30 anos

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO Aos 23 anos, o universitário Lucas perdeu a conta de quantas parceiras sexuais já teve. "Acho que foram umas 30 ou mais", gaba-se. Em "quatro ou cinco" relações sexuais, ele diz não ter usado preservativo. "Estava bêbado demais". Ele ainda não fez nenhum teste de HIV. Lucas não é um caso isolado. Levantamento com base em questionários aplicados a 36 mil pessoas que fizeram testes rápidos de HIV revela que 56,8% fizeram o primeiro exame que detecta o vírus da Aids após os 30 anos. Os testes foram feitos durante a campanha "Fique Sabendo", que ocorreu em 309 municípios paulistas, em novembro de 2010. Segundo especialistas, o quadro preocupa porque os jovens começam a fazer sexo cada vez mais cedo, muitas vezes sem proteção, e costumam adiar para o futuro o primeiro teste de HIV. "O diagnóstico tardio prejudica o tratamento. Hoje, temos muito sucesso com as terapias, as pessoas vivem mais e melhor, mas a Aids é ainda uma doença grave, não pode ser banalizada," afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde. Ao menos nove pessoas morrem a cada dia no Estado de São Paulo vítimas das complicações da Aids. No Brasil, 630 mil pessoas estão infectadas com o vírus HIV. Desse total, cerca de 230 mil ainda não sabem que são soropositivos. A maioria ainda tem diagnóstico tardio. CAMPANHA Durante a campanha paulista, foram diagnosticados 403 casos positivos de Aids. Entre os homens, 270. As mulheres responderam por outros 107. Em 26 casos positivos não havia informação sobre o sexo da pessoa testada. A faixa entre 25 e 39 anos foi responsável pela maior parte dos casos confirmados em homens (53%) e em mulheres (46%). Houve dois registros de meninas com 13 anos infectadas. Para Mario Scheffer, doutor em ciências pela USP e presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, é necessário reforçar as medidas de prevenção. Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que 97% dos jovens de 15 a 24 anos reconhecem o preservativo como uma forma eficaz de evitar o HIV. Mas o uso da camisinha na primeira relação sexual avançou relativamente pouco, de 52,8%, em 1998, para 60,9% em 2008. Mas, na opinião de Scheffer, embora seja importante a campanha de checagem na população em geral, é preciso ampliá-la nos grupos mais vulneráveis ao contágio do vírus, como os gays, os profissionais do sexo e os presidiários, entre outros. "A Aids não atinge de forma igual todo mundo. Nas populações mais vulneráveis, o índice de soropositividade é muito maior", diz ele. Segundo o ministério, entre os gays, por exemplo, a taxa de soropositividade é de 10% a 11%. Na população em geral é de 0,6%. Gianna, do programa DST-Aids, afirma que a campanha conseguiu "em parte" incluir populações vulneráveis na testagem. "Os municípios desenvolveram várias estratégias. Mas é importante que essas populações procurem os serviços de saúde." Os exames de HIV são gratuitos no SUS. Para saber os locais que realizam o teste, ligue para o Disque-DST/Aids: 0800-16-25-50 http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/857387-em-sp-maioria-faz-o-1-teste-de-hiv-depois-dos-30-anos.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário