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sábado, 30 de abril de 2011

Corte dos EUA aprova uso de recursos públicos na pesquisa com células-tronco

Casa Branca comemorou notícia como vitória de cientistas e pacientes

A Corte Federal de Apelações de Washington aprovou nesta sexta-feira (29) o financiamento público de pesquisas com células-tronco embrionárias. A medida é uma vitória do presidente Barack Obama, que defende a iniciativa. Esse tipo de pesquisa havia sido proibida, em primeira instância, em agosto do ano passado.

A decisão foi comemorada pela Casa Branca como uma vitória para cientistas e pacientes.

A pesquisa com células-tronco, muito promissora para curar inúmeras doenças graves, havia sido autorizada por Barack Obama em março de 2009, após oito anos de proibição. O juiz federal Royce Lamberth deu razão a dois cientistas e organizações cristãs que se opuseram à decisão.

Durante esse tempo, somente a pesquisa em instituições privadas registrou algum avanço.

Segundo Nick Papas, porta-voz da Casa Branca, a investigação responsável com células-tronco tem o potencial de tratar algumas das doenças mais devastadoras.

- Ela dá esperança a muitas famílias em todo o país e em todo mundo. A decisão de hoje constitui uma vitória para nossos cientistas e pacientes em todo o mundo, pessoas que deverão se beneficiar das pesquisas médicas avançadas.

As células-tronco embrionárias são originárias do embrião humano na primeira fase da gestação. Os cientistas acreditam que podem transformar essas células-tronco em qualquer outra célula do corpo - cardíacas, pancreáticas ou cerebrais, por exemplo - para substituir as danificadas ou doentes e permitir a reconstrução de tecidos e órgãos.

Segundo os cientistas e organizações cristãs, no entanto, o embrião é um ser humano completo e o governo federal não deveria financiar uma pesquisa que provoque a destruição de embriões, nem mesmo para salvar outras vidas.

Na área jurídica, os detratores dessa pesquisa acreditam que uma emenda - chamada Dickey Wicker -, que o Congresso adotou em 2006, proíbe que sejam usados recursos públicos em qualquer procedimento que compreenda a destruição de embriões.

Mas, segundo a Corte de Apelações, o governo federal americano e a Agência Nacional de Saúde (National Institutes of Health, NIH) têm razão quando afirmam que "a emenda Dickey Wicker não proíbe o financiamento público de um projeto que utilize células-tronco provenientes de um embrião, porque a célula-tronco não é um embrião e não se desenvolverá para se transformar em um ser humano".

Segundo inúmeros cientistas, a pesquisa com células-tronco embrionárias permite pensar em uma cura para enfermidades como diabetes, mal de Parkinson, Alzheimer ou paralisia que atinge as pessoas feridas na coluna vertebral.

Mas, nos Estados Unidos, o debate a respeito tem causado polêmica. Os conservadores religiosos acham que a vida começa na concepção e são contrários à realização de pesquisas científicas nesse campo.

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