Recentemente aprovada pelo FDA (órgão governamental que regula remédios, procedimentos, equipamentos e alimentos nos Estados Unidos), a mamografia tomográfica/digital – ou tomossíntese – é capaz de aumentar ainda mais a detecção precoce do câncer de mama, em relação à mamografia digital. Segundo o médico radiologista Aron Belfer, o primeiro equipamento instalado na América do Sul já permitiu detectar um aumento de 12% na detecção precoce da doença.
mamografia tomográfica permite detectar câncer mais facilmente
“O exame tomográfico é muito semelhante à mamografia convencional e é feita no mesmo tipo de mamógrafo, fazendo com que a mama permaneça comprimida por mais alguns segundos e fornecendo então essas imagens tomográficas”, informou Belfer.
De acordo com a doutora Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama, alguns estudos apontam que a mamografia por tomossíntese detecta entre 7% e 17% mais câncer de mama que a convencional. Na opinião da médica, a vantagem dessa nova técnica é que ela possibilita enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas, que são difíceis para a tradicional.
“Muito precoce significa tumores menores de um centímetro. Na mamografia tradicional, dependendo da densidade da mama, essa detecção não é tão precoce assim. Para a paciente, a detecção precoce é a coisa mais importante que se procura obter, porque significa uma cirurgia menor, um prognóstico melhor e uma sobrevida maior”, disse a radiologista.
Evolução
Nos Estados Unidos, há mais de dez anos a mamografia digital passou a substituir a tradicional, realizada com filmes de raio-X. Hoje, mais de 70% das clínicas de diagnóstico por imagem já adotaram a tecnologia no país. No Brasil, a mamografia digital pode ser encontrada em alguns centros de diagnóstico.
Se a imagem digital é mais nítida, facilitando a detecção precoce do câncer de mama, a tomossíntese representa um avanço ainda mais relevante para a saúde feminina e permite ver o câncer de uma forma nunca antes possível com a mamografia de rotina. O exame leva poucos segundos a mais que a mamografia 2D. Assim como na mamografia convencional, a mama é comprimida entre duas partes do aparelho. Mas, ao invés de serem geradas duas imagens, são geradas 15 – num arco de 15 graus.
“Na mamografia tomográfica, como a gente vê os planos em separado, não há a superposição de estruturas da glândula mamária. Já nas mamografias convencionais essa superposição cria imagens falsas, que exigem radiografias complementares para esclarecimento. Na avaliação, houve redução de 39% da necessidade de imagens adicionais. Para a paciente, isso significa menos estresse e ansiedade, menos radiação e menos incômodo. Afinal, evita-se que a paciente tenha de retornar ao serviço de radiologia para fazer mais imagens”, explicou Belfer.
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