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domingo, 19 de junho de 2011

Decisão da Anvisa sobre emagrecedores deve sair nas próximas semanas

A (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve definir, nas próximas semanas, sua decisão acerca da liberação ou proibição dos inibidores de apetite, utilizados como arma para o emagrecimento. A declaração é da chefe do Núcleo de Investigação em Vigilância Sanitária, Maria Eugênia Cury.

Segundo ela, a área técnica deve concluir um relatório de recomendação nas próximas semanas, realçando os riscos promovidos pelo uso dos medicamentos e, portanto, defendendo a retirada dos produtos do mercado brasileiro. O documento pode vir a determinar a posição final da Anvisa.

De acordo com Maria Eugênia, o painel internacional sobre a venda de emagrecedores no Brasil, realizado na semana passada, bem como as discussões anteriores sobre o assunto, reforçaram a tese de que há falhas na segurança desses medicamentos e de que os riscos superam os benefícios.

Ela explicou que o objetivo do último debate era promover a análise de aspectos técnico-científicos sobre os inibidores de apetite, capazes de sustentar uma decisão por parte da diretoria colegiada da Anvisa.

Debate

Sobre o embate em torno da eficácia dos remédios, Maria Eugênia destacou que eles deveriam ser capazes de tratar o problema da obesidade como um todo – e não apenas a perda de peso. Pessoas muito acima do peso, segundo ela, apresentam ou têm propensão a apresentar problemas cardíacos e pressão alta, situações que podem ser fatalmente agravadas por um emagrecedor. As entidades médicas, sobretudo os endocrinologistas, defendem o controle na venda dos medicamentos.

“Para poder controlar, você tem que saber. Eu vou dizer que o médico só pode prescrever para quem? Para qual situação? Essa deve ser a decisão final: qual a melhor forma para a população não ficar desassistida, mas bem protegida”, disse.

Antecipando a decisão da diretoria colegiada da Anvisa, o CFM (Conselho Federal de Medicina) já informou que, caso a proibição da venda dos remédios se confirme, vai recorrer à Justiça. O órgão defende o uso racional dos medicamentos e o estímulo a essa prática por meio de campanhas educativas voltadas para os profissionais de saúde e os pacientes.

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