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domingo, 19 de junho de 2011

Pesquisas indicam que alterações cerebrais têm impacto sobre comportamento violento

Segundo o neurologista e coordenador de congresso que acontece em Gramado, André Palmini, o desafio da neurociência agora é descobrir como intervir

Sendo a violência um dos principais problemas da sociedade atual, o 7° Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que acontece em Gramado até sábado, não poderia deixar de discuti-lo. Segundo o neurologista e coordenador do evento, André Palmini, a ciência evoluiu bastante no sentido de encontrar os fatores de risco para o desenvolvimento do comportamento violento.

— Antes eles eram relacionados apenas a fatores psicossociais. É claro que estes são fundamentais, porém, muitos estudos revelam que, além deles, existem fatores ligados ao cérebro, ou seja, que alterações cerebrais têm impacto também sobre este tipo de comportamento — explica.

Atualmente, o desenvolvimento da neurociência já permite que se identifique áreas que, conforme o funcionamento e o tamanho, podem indicar que existe maior risco de que a pessoa seja agressiva. Estas alterações, de acordo com as pesquisas, geram um comportamento com indicativos de violência já a partir dos três anos.

— Isso, no entanto, não quer dizer que tu vais fazer um exame na criança e definir se ela vai ser um adulto violento ou não, mas, permite saber quem tem mais probabilidade de ser agressivo — esclarece.

Palmini afirma que o desafio dos especialistas agora é descobrir de que forma se pode intervir no quadro, levando em conta, obviamente, que ele envolve questões éticas.

— A pergunta que se faz é: até que ponto essas pessoas que têm alterações são responsáveis pelos seus atos e expressam sua vontade ou respondem a impulso biológico que não conseguem conter? — questiona.

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