Mas quase 70% defendem fumódromos em estabelecimentos comerciais, diz pesquisa
Mais de 90% dos paulistanos apoiam a legislação estadual que proíbe fumar em ambientes fechados de uso coletivo. Os dados são de uma pesquisa feita pelo Instituto Informa, do Rio de Janeiro. A lei antifumo entrou em vigor no Estado de São Paulo em 2009.
A partir de agora, a restrição ao tabaco valerá em todo o País. Isso porque, na quinta-feira, 15, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que proíbe o fumo em locais fechados e restringe a publicidade sobre o tabaco. A proibição acaba com os recintos dedicados aos fumantes em aeroportos, shoppings ou empresas, que ainda eram permitidos em vários Estados. A lei ainda precisa ser regulamentada.
A pesquisa do Instituto Informa foi realizada na cidade de São Paulo entre os dias 2 e 5 de dezembro e envolveu todas as regiões. Ao todo, foram ouvidas 1.065 pessoas. A margem de erro é de três pontos porcentuais.
Espaço reservado. A pesquisa apontou que mais da metade dos paulistanos (57,2%) já presenciou o descumprimento da lei antifumo. Além disso, 67,9% dos entrevistados afirmaram que o governo deveria permitir que estabelecimentos comerciais tenham espaço reservado para os clientes fumantes.
Segundo Fábio Gomes, diretor-presidente do Instituto Informa, o cruzamento das informações da pesquisa demonstra, por exemplo, que os mais jovens são os que mais concordam com a existência de fumódromos. Entre os entrevistados de 16 a 19 anos, 81,9% acham que deve haver um espaço reservado. Entre os com 50 anos ou mais, apenas 60,3% concordam.
Entre aqueles que concordam com a lei - ou seja, com a proibição total do fumo nos ambientes reservados -, 34% acham que o governo não deveria permitir espaço para fumantes.
“Quanto mais o entrevistado discorda da lei antifumo, mais ele concorda em ter um espaço só para ele”, afirma Gomes. Um dado, entretanto, chama a atenção: entre aqueles que se declararam fumantes, 20% são contra a reserva de um espaço. “São os radicais. Acham que podem fumar em qualquer lugar”, diz.
Para o médico Ciro Kirchenchtejn, coordenador do Centro de Tratamento do Tabagismo do Hospital Oswaldo Cruz, a pesquisa mostra o aumento do convencimento. De acordo com ele, cresceu a procura por tratamentos para parar de fumar. “Ainda são poucos serviços credenciados pelo SUS e a formação médica para essa área ainda é deficiente. Mas estamos caminhando para uma consciência nacional de que fumar é inaceitável”, diz.
Para Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária do Estado, os resultados refletem o sucesso da lei. “Quando a lei entrou em vigor, 84% da população apoiava. Se passamos de 90%, é porque a população entendeu que o fumo passivo é tão prejudicial quanto fumar um cigarro.”
Fonte Estadão
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