Recorrer a remédios para resolver o problema funciona, mas eles não devem ser usados de forma contínua
Ao lado da insônia, a prisão de ventre é uma das questões cotidianas que mais incomodam. Só quem sofre diariamente com o intestino preso sabe a aflição que é não conseguir ir ao banheiro.
A constipação intestinal provoca uma sensação desagradável de estufamento e se caracteriza por uma frequência evacuatória inferior a três vezes por semana.
“Em alguns casos, a pessoa constipada não consegue a evacuação completa ou tem dor e desconforto para evacuar”, explica o gastroenterologista e gastropediatra Valmir Martins.
Entre as causas do problema estão propensão familiar, alimentação pobre em fibras e rica em gorduras e açúcares e baixa ingestão de água, além de ausência de atividade física regular. Martins ainda destaca que algumas doenças podem levar à constipação, como hipotireoidismo e diabetes, além de cardiopatias e algumas alergias alimentares.
O tratamento ideal para a prisão de ventre deve envolver, primeiramente, uma avaliação com um especialista, para descobrir o que está causando o problema.
“A maioria, no entanto melhora após uma mudança na dieta, com a inclusão de fibras e de suplementos alimentares ricos em fibras, além do aumento na ingestão de água”, diz o gastroenterologista. Em alguns casos, é indicado tratamento medicamentoso.
Cautela com os laxantes
Prisão de ventre crônica é um problema bastante prevalente, especialmente em mulheres. Sem orientação adequada, muitas recorrem ao uso de laxantes, um recurso que pode até ajudar na evacuação, mas não deve ser usado sempre.
Há vários tipos de laxantes disponíveis no mercado brasileiro. Eles variam, explica Martins, de acordo com o modo de ação. O laxantes osmóticos atuam mantendo o conteúdo fecal mais úmido. Os emolientes são oleosos e atuam amolecendo as fezes, o que facilita a movimentação e a eliminação pelo reto. Já os laxantes catárticos aumentam o trânsito intestinal, facilitando a movimentação das fezes. Essa última categoria é o tipo mais usado pela população, pois sua ação parece ser mais rápida. É aí que está o grande problema, alerta o especialista.
“As substâncias catárticas podem, em longo prazo, gerar colite e, em muitos casos, causar o aparecimento de sintomas piores do que a constipação em si. Alguns indivíduos podem evoluir para uma inflamação da mucosa intestinal, com dores e até evacuação com sangue”, enfatiza Martins.
Nos casos de uso prolongado, o melhor é optar pelos laxantes do tipo osmótico ou do tipo lubrificante, pois, segundo Martins, causam nenhuma ou pouca alteração clínica na mucosa intestinal.
“Muitas vezes, somente a dieta e a ingestão de água não são suficientes para manter a evacuação normal. Nesses casos, o laxante auxilia na evacuação. Após um período a dose do laxante pode ser reduzida e retirada, quando a dieta torna-se o tratamento principal. Manter o laxante como tratamento único não é o melhor caminho”, afirma.
Dicas
Para evitar a prisão de ventre, é preciso ter uma alimentação balanceada. Veja algumas dicas:
– Consuma alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras
– Beba pelo menos 1 litro de água pura por dia
– Faça atividade física regularmente
– Só use medicamentos contra a prisão de ventre sob orientação médica
Fonte iG
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