Quem gosta de receber massagem só deve ter cuidado com o profissional a ser escolhido e a técnica empregada
Uma vez por semana, Maria Eugênia Pinto pega o carro e passa na casa de três amigas para o que chama de “uma das melhores horas da semana”.
Há um ano e meio, ela começou a fazer massagem no salão de beleza que frequenta todas as quartas.
“Vou lá, faço a massagem relaxante e já me sinto nova. Depois, faço as unhas, o cabelo, e fico batendo papo com as amigas. É o dia que reservei para me cuidar”, relata a aposentada de 75 anos.
“Virou rotina. Acho que minha pele melhorou e tenho sentido menos dores quando acordo. Até meu marido elogiou”, comemora.
A massagem relaxa, alivia dores nas costas e na cabeça e traz bem-estar. Na terceira idade, os benefícios vão além.
“Aumenta a nutrição da pele e dos músculos e auxilia na mobilidade”, explica a fisioterapeuta do hospital Samaritano Lilian Moraes Grecco.
“É ótima para lubrificar, porque nessa idade a pele é mais seca e fica menos flexível, podendo levar a infecções. E também ativa a circulação”, aponta Silvia Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
A partir dos 60 anos, o desgaste natural dos músculos – algo intrínseco à idade – faz com que eles aguentem uma carga menor, causando dores mais intensas e frequentes. Além disso, há a perda de massa muscular própria do envelhecimento. Todos esses sintomas podem ser amenizados com sessões de massagem.
“No inverno, eu tinha muitas dores, só pelo fato de estar frio. Hoje já não tenho e sinto meus músculos menos duros, me mexer ficou mais fácil”, conta Maria.
Entre as vantagens da massagem na terceira idade Lilian ressalta ainda o aumento da consciência corporal.
“É o que chamamos de propriocepção, ou seja, como posicionar melhor ombro, braço, perna, e distribuir melhor o peso do corpo. Isso leva também a uma melhora no equilíbrio”, reforça. A massagem também pode ter caráter preventivo: “A grande maioria dos idosos procura esse serviço quando tem dor. Nessa idade, as dores são incapacitantes”, relata Lilian.
O simples toque do terapeuta também ganha importância. “O idoso recebe pouco afago”, avalia Silvia. A pessoa sabe que, pelo menos naquela hora reservada para ele, vai receber atenção e carinho.
Cuidados
Apesar dos inúmeros benefícios, a massagem exige cuidados especiais na terceira idade. A pressão exercida deve ser mais suave a fim de não machucar a pele ou causar hematomas. Também é preciso ficar atento ao quadro de saúde do idoso.
“Se a pessoa chega com dores nas pernas e inchaço, por exemplo, o profissional deve desconfiar de uma possível trombose e pedir uma avaliação mais detalhada. Fazer massagem em quem tem trombose, por exemplo, pode piorar o quadro. Por isso, é essencial saber as doenças existentes ou até mesmo se há alguma razão para a queixa dessa dor”, enfatiza Lilian.
A massagem é contraindicada para quem tem doenças vasculares como a trombose ou para pacientes com osteoporose ou osteopenia. Quem faz uso de medicamentos como a aspirina, a fim de afinar o sangue, deve ter cuidado redobrado porque a formação de hematomas é mais frequente. Outra preocupação é procurar um profissional especializado.
“Fisioterapeuta, fisiatra ou professor de educação deve saber como manipular o corpo de um idoso, porque as articulações são menos lubrificadas e a mobilidade é menor”, alerta Silvia.
Fonte iG
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