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domingo, 5 de agosto de 2012

Epidemia de insônia afeta 150 milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento

Países pesquisados, Bangladesh, África do Sul e Vietnã, tiveram níveis extremamente elevados de problemas de sono em alguns casos superando as taxas de insônia ocidentais
Países pesquisados, Bangladesh, África do Sul e Vietnã,
tiveram níveis extremamente elevados de problemas de sono
em alguns casos superando as taxas de insônia ocidentai
16,6 % da população dos países pesquisados sofrem de insônia e de outros distúrbios graves do sono

Análise pan-Africana e Asiática de problemas do sono revela que cerca de 150 milhões de adultos no mundo em desenvolvimento sofrem de problemas relacionados ao sono.

Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram que 16,6% da população dos países pesquisados possui insônia e outros distúrbios graves do sono. A taxa se aproxima a registrada em países do Ocidente, onde, segundo pesquisas realizadas no Canadá e nos EUA, 20% da população adulta sofre com problemas relacionados ao sono.

No presente estudo, os pesquisadores analisaram a qualidade do sono de 24,434 mulheres e 19,501 homens com 50 anos ou mais que vivem em áreas rurais em Gana, Tanzânia, África do Sul , Índia, Bangladesh, Vietnã e Indonésia, e entre indivíduos que vivem na área urbana no Quênia.

Os pesquisadores estudaram relações potenciais entre problemas do sono e demografia social, qualidade de vida, saúde física e condições psiquiátricas.

A ligação mais forte foi encontrada entre as condições psiquiátricas, como depressão e ansiedade, refletindo tendências observadas no mundo desenvolvido.

Variações marcantes foram identificadas entre os países pesquisados - Bangladesh, África do Sul e Vietnã tiveram níveis extremamente elevados de problemas de sono, em alguns casos superando as taxas de insônia encontrada em países do ocidente. No entanto, Índia e Indonésia apresentaram níveis relativamente baixos de problemas graves do sono.

A pesquisa também constatou maior prevalência de problemas de sono entre mulheres mais velhas, o que condiz com padrões encontrados em países de renda mais alta.

"Nossa pesquisa mostra que os níveis de problemas do sono no mundo em desenvolvimento são muito mais elevados do que se pensava", diz o principal líder da pesquisa, Saverio Stranges.

"Isto é particularmente preocupante visto que muitos países de baixa renda enfrentam uma dupla carga de doenças com pressão sobre os escassos recursos financeiros direcionados para tratar doenças infecciosas como o HIV, como também direcionados a terapias contra taxa crescente de doenças crônicas como doenças cardiovasculares e câncer."

O presente estudo sugere que os distúrbios do sono também podem representar um significativo e não reconhecido problema de saúde pública entre pessoas mais velhas, especialmente mulheres de baixa renda. Resultados também sugerem que os problemas do sono não estão ligados à urbanização, visto que a maioria das pessoas entrevistadas vivia em áreas rurais.

Diferenças entre os países analisados:
Bangladesh teve a maior prevalência de problemas de sono entre os países analisados; com uma taxa de 43,9% entre mulheres, mais do dobro da taxa registrada em países desenvolvidos e muito superior a taxa de 23,6% encontrada em homens. O país também apresentou padrões muito elevados de ansiedade e depressão.

O Vietnã também apresentou altas taxas de problemas do sono: 37,6% entre mulheres e 28,5% entre homens.

Os países africanos Tanzânia, Quênia e Gana registraram taxas de problemas do sono entre 8,3% e 12,7%.

A África do Sul apresentou taxa duas vezes maior às encontradas em outros países do continente, 31,3% entre mulheres e 27,2% entre homens.

Índia e Indonésia apresentaram baixa prevalência de problemas do sono. 6,5% entre mulheres indianas e 4,3% entre homens indianos. 4,6% entre mulheres da Indonésia e 3,9% entre homens da indonésia.

O estudo recebeu apoio da Organização Mundial da Saúde e foi financiado pelo National Institute on Aging of the National Institutes of Health e pelo Wellcome Trust.


Fonte isaude.net

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