Os casos de tuberculose resistentes aos tratamentos, muitas vezes mortais, alcançam níveis alarmantes em certos países, que precisam de tratamentos cada vez mais caros e complexos, segundo um novo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista médica britânica Lancet.
Realizado em oito países (Estônia, Letônia, Peru, Filipinas, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Tailândia) entre 2005 e 2008, o estudo mostra que 43,7% dos pacientes que sofrem com tuberculose não reagem diante de pelo menos um medicamento de segunda intenção (ou seja, administrado após o fracasso de um primeiro medicamento antituberculoso clássico).
Esta taxa de prevalência da tuberculose multirresistente (TB-MR) é muito superior ao adiantado pela OMS, que era da ordem de 5% para o período estudado.
"Estamos enfrentando prevalências até 10 vezes superiores em certos lugares", comentou Sven Hoffner, do Instituto sueco de controle de doenças infecciosas, em um comentário apresentado junto ao estudo.
Mais grave ainda, a taxa de prevalência da tuberculose ultrarresistente (TB-UR), uma forma que responde a um número ínfimo de medicamentos de segunda intenção, alcançou 6,7% nos oito países estudados.
"Até agora, haviam sido observados casos de tuberculose ultrarresistente em 77 países, mas a prevalência exata é desconhecida", comentou Tracy Dalton, do centro norte-americano de controle de doenças infecciosas de Atlanta, que dirigiu o estudo.
Cerca de 8,8 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose em 2010, e destas, 1,4 milhões morreram, segundo a OMS, estimando que a tuberculose multirresistente afeta anualmente 500 mil pessoas, das quais 150 mil falecem.
Fonte R7
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