As autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram esta quinta-feira a descoberta de riscos de contaminação por chumbo em mulheres grávidas que tomaram medicamentos ayurvédicos e advertiram para a segurança destes produtos da medicina tradicional indiana.
No ano passado, funcionários de saúde pública da cidade de Nova York investigaram seis casos de pacientes, cinco dos quais tinham nascido na Índia, com alto risco de contaminação por chumbo por terem ingerido compostos ayurvédicos, informaram os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Ayurveda é um método empregado na medicina tadicional desenvolvido há milhares de anos na Índia.
Os pesquisadores concluíram que estes produtos ayurvédicos foram contaminados durante sua fabricação, fora dos Estados Unidos, mas alguns são do tipo "Rasa shastra", prática indiana que consiste na elaboração de compostos que combinam ervas e minerais, alguns considerados tóxicos como o mercúrio.
Esses compostos são apresentados como medicamentos que auxiliam as mulheres grávidas e pelo menos uma das mulheres pesquisadas disse que aumentariam suas chances de ter um filho ao invés de uma filha, segundo o relatório dos CDC.
Embora as seis mulheres não tenham apresentado sintomas específicos, os cientistas descobriram que tinham um alto risco de contaminação por chumbo, que pode causar danos em cérebro, rins ou afetar o sistema nervoso e reprodutor.
"As mulheres grávidas nos preocupam especialmente, pois a exposição ao chumbo pode afetar tanto a saúde da mãe quanto a do filho. A exposição do feto ao chumbo aumenta o risco de baixo peso ao nascer, atraso no desenvolvimento, redução da inteligência ou problemas de comportamento", destaca o informe.
Os produtos ayurvédicos continham até 2,4% de chumbo, enquanto outros apresentaram rastros de mercúrio e arsênico, também perigosos para o consumo.
A FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, já tinha advertido em 2008 para os riscos potenciais destes produtos, principalmente os vendidos na internet, que em geral não foram verificados pelas autoridades sanitárias.
Fonte R7
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