O brasileiro começa a fazer sexo cada vez mais cedo, não usa preservativo e adia por mais tempo o exame que detecta o vírus da Aids, segundo especialistas.
Os números de uma campanha da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que realizou 36 mil exames em 309 municípios paulistas, em novembro do ano passado, com base em questionários aplicados a estas pessoas que fizeram testes rápidos de HIV, revelam que 56,8% fizeram o primeiro exame que detecta o vírus da Aids após os 30 anos de idade.
Segundo especialistas, o quadro preocupa porque os jovens começam a fazer sexo cada vez mais cedo, muitas vezes sem proteção, e costumam adiar o primeiro teste de HIV, propagando a transmissão.
Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, da Secretaria de Saúde de São Paulo, o diagnóstico tardio prejudica o tratamento. Hoje, devido o sucesso com as terapias, as pessoas vivem mais e melhor, mas a Aids é ainda uma doença grave, não pode ser banalizada, afirma.
Durante a campanha paulista, foram diagnosticados 403 casos positivos de Aids. Entre os homens, 270. As mulheres responderam por outros 107. Em 26 casos positivos não havia informação sobre o sexo da pessoa testada.
A faixa entre 25 e 39 anos foi responsável pela maior parte dos casos confirmados em homens (53%) e em mulheres (46%). Houve dois registros de meninas com 13 anos infectadas.
A cada dia, somente no Estado de São Paulo, pelo menos nove pessoas morrem vítimas das complicações da Aids. No Brasil, 630 mil pessoas estão infectadas com o vírus HIV. Desse total, cerca de 230 mil ainda não sabem que são soropositivos por não se submeterem ao teste. A maioria ainda tem diagnóstico tardio.
Segundo o Ministério da Saúde, 97% dos jovens brasileiros de 15 a 24 anos reconhecem o preservativo como forma eficaz de evitar o HIV. Mas o uso da camisinha na primeira relação sexual ainda não é regra.
Fonte Corposaun
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