Lavar bem as mãos e não coçar os olhos são as duas formas de prevenção |
Ela pode ser considerada quase como uma “prima” da gripe.
Embora tenha inúmeras formas de contaminação, a
viral é a mais comum, e a grande responsável pelos surtos esporádicos da
doença.
A secretaria de Saúde do Estado de São Paulo afirma
que o número de casos está abaixo do esperado. De janeiro a fevereiro de 2010
foram registrados 19.478. Para o mesmo período deste ano, já foram computados
16.208 casos. A prévia, porém, contradiz os altos índices no Interior e no Litoral.
As altas taxas de contaminação da população, em determinados locais,
suspenderam aulas em escolas públicas e somam, diariamente, vítimas nas filas
dos hospitais.
No Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista, ligado a Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), desde fevereiro os casos são crescentes. Nos
últimos três dias, o pronto atendimento diagnosticou mais de mil casos de
conjuntivite, uma média de 300 pacientes por dia.
Assim como a gripe, a doença é de fácil contaminação. Ter o problema não é
sinônimo de organismo doente, mas a baixa imunidade torna o indivíduo mais
suscetível. O vírus pode ser transmitido por contato direto e indireto.
Formas de contaminação
Não lavou as mãos antes de coçar os olhos? Um ato simples assim pode resultar
em coceira, inchaço e irritação: pronto, a conjuntivite pegou. “Não sabemos se
os ambientes pelos quais passamos foram frequentados por pessoas contaminadas.
Locais com aglomeração são os principais focos de transmissão”, explica
Elizabeth Nogueira, chefe do pronto socorro de oftalmologia da Unifesp.
Segundo a médica, não existe relação entre umidade relativa do ar, épocas do
ano ou poluição. Os vetores de transmissão são os ambientes fechados e as
aglomerações. Uma pessoa contaminada, ao fazer uso de transporte público, por
exemplo, é suficiente para que o vírus se propague, alerta a médica.
A conjuntivite pode ser viral, bacteriana e alérgica. Esta última não é
contagiosa, explica a especialista. Os surtos são provocados pelo vírus, que se
aloja na membrana da pálpebra inferior, chamada conjuntiva, provocando a
inflamação. Vermelhidão, coceira e inchaço e olhos lagrimejantes são os sintomas
clássicos.
Paliativos perigosos
Elizabeth esclarece: não há tratamento que acelere o processo de
recuperação. O recomendado é fazer compressas com água filtrada ou soro
fisiológico, e usar sempre produtos descartáveis – algodão ou gaze – nunca panos
ou toalhas.
“O grande erro para aliviar os sintomas é utilizar toalhas. Elas ficam
contaminadas e postergam a recuperação. É fundamental utilizar produtos
higiênicos descartáveis a cada nova compressa.”
O tratamento, embora paliativo, minimiza a coceira e a sensação de
desconforto. A conjuntivite dura, em média, de cinco a sete dias. Em casos mais
agressivos, ou por descuido do paciente, pode se estender por 10 dias.
O ideal, defende a oftalmologista, é que o paciente seja afastado do local de
trabalho durante esse período mínimo, pois o risco de contaminação é alto.
Depois de sete dias, o risco de transmissão torna-se desprezível.
A especialista ainda alerta quanto ao uso de colírio, água boricada e chás
caseiros: os três são contraindicados. Nenhum medicamento deve ser usado sem
orientação médica, mas, no geral, a maioria dos colírios alteram o sistema
imunológico e podem retardar a recuperação em vez de ajudar. A água boricada e
os chás causam mais irritação e pioram o quadro de inchaço.
As pessoas que usam lentes de contatos corretivas devem descartá-las após o
diagnóstico da doença. Quem já teve o problema não está imune de uma nova
contaminação. A única forma de prevenir é lavar bem as mãos e evitar o contato
com os olhos nesses períodos de surto, alem de não dividir objetos de uso comum.
Leia abaixo, as dicas da médica.
Prevenção
- Não coçar os olhos antes de lavar as mãos
- Não compartilhar objetivos de uso comum com pessoas contaminadas
Tratamento
- Fazer compressas com água filtrada gelada ou soro fisiológico, sempre
feitas com gase ou algodão e descartados a cada novo procedimento
- Nao utilizar toalhas ou panos para fazer compressas
- Não coçar a região afetada
- Não usar colírio, água boricada ou chás caseiros
Fonte iG
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