Principais usuários são jovens e estudantes, cuja finalidade é se aproveitar da euforia para a realização de tarefas ou para ir a festas e baladas |
A metanfetamina, derivada da anfetamina, foi, e ainda é em alguns países, uma substância bastante perigosa. Pode-se afirmar que a droga também foi aproveitada como descongestionante nasal na década de 1930 e indicado para tratar a narcolepsia.
Os efeitos da substância, proibida no Brasil e nos Estados Unidos, se assemelham aos da cocaína, afirma o professor Elisaldo Carlini, de psicofarmacologia do departamento Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
— Tanto a cocaína quanto a metanfetamina estimulam o sistema nervoso central, deixando o usuário irritado, com insônia e falta de apetite. O crack, por ser fumado, promove efeito mais intenso e leva à dependência com mais frequência. A maconha, por sua vez, tem efeito contrário deixando o usuário calmo e relaxado.
A droga também possui propriedade euforizante que eleva os níveis das substâncias dopamina, noradrenalina e a serotonina, neurotransmissores do comportamento presentes em nosso cérebro, explica a psiquiatra Dra. Renata Bataglin, coordenadora da equipe de psiquiatria do Hospital São Luiz.
— A droga causa euforia, deixando a pessoa em estado de alerta; aumenta a sensação da autoestima e da sexualidade, além de diminuir o cansaço.
Por causar tais efeitos no corpo, os principais usuários são jovens e estudantes, cuja finalidade é se aproveitar da euforia para a realização de tarefas ou para ir a festas e baladas.
— O medicamento pode ser usado por via oral, aspirado, inalado (fumado) ou injetado. Por ser muito potente, ele tem alto poder de dependência, pois age no circuito de recompensa do cérebro, fazendo a pessoa buscar mais por aquela substância.
Efeitos no corpo
Por ser uma substância extremamente forte, a metanfetamina leva a pessoa a ter problemas cardíacos, como pressão alta, AVC (acidente vascular cerebral) e até pode morrer de parada cardiorrespiratória, garante o professor.
Além dos problemas físicos que a droga traz, a psiquiatra Renata Bataglin afirma que a droga também pode levar à transtornos psiquiátricos, pois a pessoa pode sofre alucinações, se tornar violenta, agressiva e pode ter a sensação de que está sendo perseguida.
Outro fator que deve ser destacado é que a substância pode causar ‘deformações’ no rosto e no corpo, pois deteriora o organismo, resseca a pele, causa queda de cabelo e perda excessiva de peso.
Tratamento
Mesmo que a pessoa esteja viciada na droga, há tratamento para reverter o quadro, explica a psiquiatra.
— Com medicamentos e psicoterapia, junto com o apoio da família, o usuário pode deixar de lado a droga.
De acordo com o professor Carlini, os cuidados que se tem com os usuários da metanfetamina são difíceis e prolongados e requer fundamentalmente auxílio psiquiátrico.
— É comum as pessoas viciadas sofrerem síndrome de abstinência e terem recaídas.
Fonte R7
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