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domingo, 24 de março de 2013

Coqueluche: é importante se proteger

Com sintomatologia atípica e de difícil identificação, a coqueluche
 afeta as vias respiratórias e apresenta sintomas prolongados
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença reemergente no mundo. Segundo dados deste ano da Organização Mundial da Saúde, evidências epidemiológicas e estudos clínicos realizados em diversos países comprovam que houve aumento significativo na curva de incidência de casos da doença. Na América Latina, por exemplo, o número de casos triplicou nos últimos cinco anos.

Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche, terceira causa de morte entre as doenças transmissíveis, é transmitida pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar.
 
Segundo a infectologista e gestora técnica do Sabinvacinas, Ana Rosa dos Santos, a doença se torna mais grave quando em crianças ainda não vacinadas ou incompletamente vacinadas e idosos. “A infecção pode ocorrer em qualquer período do ano e em qualquer fase da vida, porém acomete, em grande escala e de forma mais grave, crianças menores de dois anos e idosos”.
 
Com sintomatologia atípica e de difícil identificação, a coqueluche afeta as vias respiratórias e apresenta sintomas prolongados. Em geral, 25% dos casos de tosses persistentes são causados pela coqueluche.
 
Os sintomas duram cerca de seis semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos: estágio catarral, que dura até duas semanas e causa febres baixas, mal-estar, coriza e tosses noturnas; estágio paroxístico, que dura cerca de duas semanas e apresenta acessos breves de tosses em sucessão, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles; e o estágio de convalescença, que em geral ocorre a partir da quarta semana da doença, no qual os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente.

O paciente com coqueluche deve permanecer em isolamento respiratório durante o período de transmissão da doença e em geral o tratamento pode ser feito em casa. A hospitalização só se torna necessária quando existem complicações e o paciente necessita de suporte médico.
 
Vacinação
Ter tido a doença anteriormente não garante a imunidade natural no organismo. Por isso, Ana Rosa alerta sobre a importância da vacinação para prevenir os casos da doença. “A falta de reforço por meio das vacinas reduz a imunidade e leva o aumento na incidência. Apesar de não oferecer proteção permanente, é a forma mais eficaz de se prevenir e evitar a sua propagação”.

A vacina DTP, produzida de células inteiras, e que previne contra a difteria, o tétano e a coqueluche, faz parte do Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e o esquema deve ser iniciado aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e quatro anos de idade. Adultos e crianças já vacinados dificilmente contraem a doença. Caso exista contato direto com portadores da bactéria, aqueles que não estão vacinado devem se proteger.

Nas clínicas privadas, as vacinas DTP são acelulares e causam menos reações.
 
A vacina dTpa é uma vacina de reforço que deve ser administrada em adolescentes e adultos, incluindo gestantes a partir de 20 semanas de gestação que, assim, estarão conferindo proteção ao bebê nos primeiros meses de vida. “Cabe ressaltar que cerca de 76% a 83% dos contagiados residem com o infectado, e por isso, os pais e adultos do convívio das crianças devem se vacinar. Além deles, babás e profissionais de saúde devem manter o calendário de vacinação em dia para evitar a propagação da bactéria”, completa a infectologista.

Fonte Corposaun

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