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sábado, 25 de maio de 2013

Mitos e verdades de armazenar sangue de cordão umbilical

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou na quinta-feira, 24, uma cartilha com verdades e mitos sobre o armazenamento de sangue de cordão umbilical e da placenta.
 
A iniciativa surge como contraponto para propaganda feita por parte de clínicas privadas, muitas vezes enganosa. "Queremos esclarecer, trazer todas as informações necessárias para que as pessoas possam questionar: vale a pena recorrer a um serviço particular?", explicou o gerente geral de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da agência, Daniel Coradi.

O gerente afirma existir 17 bancos de sangue privados de cordão umbilical no País. Juntos eles armazenam aproximadamente 70 mil bolsas. O material, coletado durante o parto, é visto pelas famílias como uma precaução terapêutica: a criança quando crescer ou algum membro da família poderia se valer das células-tronco ali contidas para tratamento de doenças. A estratégia não é barata. Famílias pagam de R$ 5 mil a R$ 7 mil para coletar o material no parto e cerca de R$ 800 anuais para manutenção.

"Isso é o mesmo que vender um terreno na Lua. Algumas clínicas afirmam que as células poderão ser usadas para tratamento de Parkinson, Alzheimer, e uma série de tipos de câncer. Mas não há nada atualmente que comprove isso", afirma o presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Carmino Antonio de Souza.

O sangue de cordão umbilical, da mesma forma que a medula, é rico em células-tronco. Atualmente, o material tem sido usado para tratar pacientes com doenças hematológicas, como cânceres das células sanguíneas. O tratamento é feito basicamente em bancos públicos, que armazenam células-tronco de doações. "Para que um paciente possa ter acesso ao material é necessário apenas uma coisa: compatibilidade", explica conta Coradi.

Quando não há material compatível, a busca é feita em bancos de sangue umbilical do exterior, com os quais o País tem convênio. De acordo com Coradi, essa prática é bastante comum.

O transplante de sangue de cordão autólogo ocorre em raras ocasiões. "Não há estatísticas quanto ao uso e eficácia dos tratamentos realizados", diz a cartilha. Coradi afirma que a chance de uma criança necessitar das suas próprias células-tronco é baixa. Segundo ele, das 45.661 unidades de sangue de cordão armazenadas nos bancos até 2010, apenas 3 foram usadas para transplante na própria pessoa. "Em muitas situações, o uso do próprio sangue de cordão armazenado é contraindicado", observa o gerente.

Entre as restrições estão o tratamento de doenças de origem genética, como leucemias. "O sangue do cordão pode carregar os mesmos defeitos da doença manifestada", explica. O uso do material seria possível em casos de doenças que não tenham sido provocadas por problemas genéticos.

Fonte R7

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