Obesidade é um dos fatores de risco para o pré-diabetes |
Como o próprio nome sugere, o pré-diabetes é um termo usado para alertar que a pessoa tem grandes chances de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. Mas, segundo o endocrinologista Carlos Eduardo Couri, pesquisador da equipe de Transplante de Células-Tronco da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, é possível prevenir ou retardar o aparecimento da doença.
— Mudar hábitos de vida é o primeiro passo para driblar o surgimento do diabetes tipo 2, mas é importante destacar que não é possível reverter o quadro.
Entre as principais medidas para fugir do diagnóstico de diabetes, o médico recomenda prática regular de exercício físico, alimentação balanceada, manutenção do peso e medicação.
— Alguns especialistas subestimam o pré-diabetes, mas as principais associações médicas do mundo orientam a prescrição de metformina, um dos remédios fornecidos gratuitamente pelo SUS. E ainda há a possibilidade de se incluir outras drogas nesta fase para combater de forma agressiva a doença.
O tratamento do pré-diabetes, explica Couri, tem como objetivo retardar o surgimento do diabetes no futuro e prevenir suas complicações, como problemas cardiovasculares, cegueira e neuropatias.
— As mulheres pré-diabéticas têm duas vezes mais chances de doença cardiovascular do que o homem na mesma condição.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), no Brasil 4,5% dos adultos possuem pré-diabetes e, nos Estados Unidos, esta prevalência é de 10,5%.
Por ser uma doença assintomática, a melhor maneira de diagnosticar o pré-diabetes é por meio de exame de sangue. Segundo Couri, se a glicemia de jejum (mínimo oito horas) ficar entre 100 mg/dl e 125 mg/dl o sinal vermelho deve acender.
— Para confirmar o diagnóstico, também recomendamos realizar o teste oral de glicose, que mede o valor da glicemia após duas horas da ingestão de um líquido com 75 g de açúcar. Neste caso, se o valor da glicemia ficar entre 140 mg/dl e 199 mg/dl o pré-diabetes existe.
Grupo de risco
O médico explica que não são apenas as pessoas com histórico familiar de diabetes que podem desenvolver o pré-diabetes. Outros fatores de risco contribuem para o surgimento da doença, como estar acima de 45 anos, excesso de peso, sedentarismo, hipertensão e alterações nas taxas de colesterol e triglicérides.
— Além disso, mulheres que deram à luz bebês com mais de 4 kg ou que sejam portadoras de Síndrome dos Ovários Policísticos também têm risco aumentado.
Segundo o especialista, crianças e adolescentes também podem apresentar pré-diabetes. Entre os principais vilões desta faixa etária, Couri cita o sedentarismo provocado pelo videogame, computador e televisão associado a uma alimentação baseada em fast food.
— Prevenir a doença é sempre melhor do que tratá-la.
Fonte R7
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