Rio de Janeiro - O ano de 2013 manteve o crescimento que vinha sendo
observado há dois anos no número de beneficiários de planos de saúde. Até junho,
de acordo com números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ritmo de
crescimento mostrou um pequeno recuo, de 3,5% para 2,7%.
O dado mais recente divulgado pela agência mostra, porém, que o indicador
voltou aos patamares anteriores, na faixa de 3,2%. “O crescimento continua
respondendo ao ciclo positivo de aumento de renda e de manutenção do nível de
emprego, que são os dois principais combustíveis do setor”, explicou o
presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Marcio
Coriolano. A expectativa é que a expansão do setor em 2014 fique entre 3,5% e
4%.
Para ele, o desenvolvimento do setor está se pautando nas pequenas e médias
empresas. “Como a saúde é considerada importante pela população, passou a ser
incorporada como uma política efetiva de benefício por parte das empresas. Hoje,
plano de saúde é tão importante quanto salário.”
Outro dado importante para o resultado do setor é a interiorização do
desenvolvimento e o alcance de regiões que não eram tão abastecidas por planos
de saúde, em especial o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste. Segundo as
estatísticas da ANS e das próprias operadoras, essas regiões são as que mostram
maior crescimento em termos relativos. “Plano de saúde hoje não é só coisa de
bacana. É um item não só desejado, como comprado por segmentos de amplas classes
de renda e de todas as regiões do Brasil.”
A FenaSaúde não vê como positiva a suspensão da comercialização de planos de
saúde das operadoras privadas pela ANS, disse Coriolano. Ele garantiu que a
entidade apoia a regulação do setor e o órgão regulador, mas considera a
metodologia de fiscalização equivocada. Por isso, entrou com medida judicial
para derrubar a suspensão de 150 planos administrados por 41 operadoras,
determinada pela ANS em novembro.
Apesar das críticas, avaliou como positiva a criação de um grupo técnico pela
ANS para aprofundar o debate sobre a metodologia de monitoramento, atendendo a
um pleito da própria FenaSaúde. Esse grupo técnico será integrado por
representantes de entidades de defesa do consumidor, do Ministério Público, da
Defensoria Pública e pelas empresas operadoras. Já ocorreu uma primeira reunião
e, a partir de agora, começará a ser detalhado o plano de ação.
A FenaSaúde conta com 17 grupos empresariais associados que respondem pela
proteção à saúde de 24,3 milhões de beneficiários, o que corresponde a cerca de
36,6% dos beneficiários da saúde suplementar no país.
Agência Brasil
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