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sábado, 18 de janeiro de 2014

Repost: Pequeno dicionário dos tratamentos de câncer

Foto: Thinkstock Photos  Ampliar
Graças a novos equipamentos e sistemas computadorizados,
as técnicas de combate ao câncer estão mais precisas
Conhecer as técnicas que ajudam a enfrentar a doença facilita o tratamento. Métodos vão além da quimioterapia
 
Câncer ainda é uma doença que assusta. Muitas vezes o diagnóstico é associado a uma sentença de morte e os tratamentos a verdadeiras torturas, com sequelas físicas e emocionais.
 
Felizmente a medicina evolui a cada dia, com objetivo de combater ao máximo os tumores e oferecer mais conforto e segurança aos pacientes.
 
Com o aumento da expectativa de vida, a doença avançou e já é a segunda causa de morte dos brasileiros.
 
Diretor responsável pelo Centro Integrado de Oncologia do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, de São Paulo, o radio-oncologista Robson Ferrigno explica a seguir quais são as técnicas não cirúrgicas de tratamento de câncer. Conhecê-las certamente ajuda a diminuir os medos e contribui para o sucesso dos tratamentos.
 
Quimioterapia
É um tratamento realizado por meio de um ou mais medicamentos com capacidade de destruir as células tumorais. É considerado como sistêmico porque atinge todo o organismo.
 
Quimioterapia oral e injetável
Dependendo da situação clínica, a quimioterapia pode ser realizada com a ingestão oral de comprimidos ou por via venosa, dissolvida em soro. “Essa última é mais frequente, porém, vem aumentando a disponibilidade de alguns quimioterápicos novos por via oral”, explica o médico Robson Ferrigno.
 
Quimioterapia ambulatorial
Ocorre quando o tempo de infusão de soro com quimioterápicos é curto (em torno de duas horas) e o paciente tem condições clínicas de ir ao ambulatório para receber a medicação. Se o tempo de infusão for muito longo, às vezes durante alguns dias, e o paciente não estiver clinicamente bem, a técnica é realizada com o paciente internado.
 
Radioterapia
Ao lado da cirurgia e da quimioterapia, é uma das três principais modalidades técnicas de combate ao câncer. É um tratamento localizado e feito por meio da aplicação de radiação ionizante na região do corpo afetada pela doença. Quanto mais concentrada a dose de radiação no tumor e menor nos tecidos normais vizinhos, menores as possibilidades de complicações e melhor é o resultado.
 
Nos últimos anos houve substancial desenvolvimento de novas técnicas de radioterapia. “A mais antiga é a convencional, que irradia um volume grande de tecidos normais porque o planejamento é feito pela delimitação na pele do paciente sem sabermos ao certo quais estruturas internas do corpo a radiação está atingindo. Graças a novos equipamentos e sistemas computadorizados, técnicas de maior precisão, tais como a radioterapia conformada e a de intensidade modulada (IMRT), começaram a ser utilizadas na prática médica com melhores resultados de tratamento”, diz o especialista.
 
Radioterapia conformada
Esta técnica foi desenvolvida para que a área de tratamento com radioterapia pudesse ser visualizada e fosse possível avaliar a distribuição da dose no organismo. Para tanto, o planejamento da dose é feito em um exame de imagem do paciente, mais frequentemente uma tomografia computadorizada que, ao ser exportada em um computador, permite ao médico determinar a área que deve receber a radiação e as regiões que devem ser protegidas.

Com isso, tem-se a informação das estruturas internas atingidas pela radiação e com qual intensidade. A radioterapia conformada, por ser mais segura para o paciente, é a técnica mais recomendada pela SBRT para todas as situações clínicas.
 
Radioterapia de intensidade modulada (IMRT)
A sigla é inglesa e significa “Intensity Modulated Radiation Therapy”. Como o nome diz, é uma técnica com capacidade de modular a intensidade da radiação que vai atingir cada órgão ou área acometida pela doença.
 
Isso é possível graças a alguns acessórios que são incorporados à máquina de radioterapia, no caso um acelerador linear de partículas, e programas de computador que passam informações para o aparelho para que filtros sejam colocados na frente do feixe de radiação e assim ela seja dirigida de forma mais concentrada. Com isso, pode-se aumentar a dose de radiação no tumor e diminuí-la nos tecidos normais.
 
É a melhor técnica de distribuição de dose de radiação disponível no mundo e bastante útil em regiões onde o tumor está muito próximo a estruturas que devem ser protegidas. É a forma de radioterapia com menor toxicidade para o paciente.
 
Atualmente, a IMRT é indicada para tratamento de tumores de próstata, de cabeça e pescoço, de cérebro, de pulmão, de tumores abdominais e pélvicos e de outras situações que necessitam de uma adequada distribuição de dose.
 
Braquiterapia
É uma modalidade de radioterapia que consiste na colocação de um material radioativo no interior ou próximo de um tumor que necessita receber altas doses de radiação. O material radiativo, geralmente pequeno, pode ficar permanentemente implantado ou ser colocado e retirado após liberação da dose necessária. O tipo de braquiterapia depende da situação clínica. Essa técnica é realizada em vários tipos de tumor, como de colo uterino, endométrio, próstata, esôfago, mama, cabeça e pescoço, partes moles e pulmão.
 
Braquiterapia de sementes para próstata
É um tipo de braquiterapia que consiste na introdução de sementes de Iodo-125, um material radioativo do tamanho de um grão de arroz, no interior da próstata, onde ficará implantado permanentemente. É utilizada para curar tumor localizado de próstata.
 
Radiocirurgia e radioterapia estereotática fracionada
Tratam-se de técnicas sofisticadas de precisão para atingir alvos no interior do cérebro com altas doses de radiação. Isso é possível graças aos recursos de fixação da cabeça e liberação da radiação dirigida por computador.
 
Hormonioterapia
Alguns tipos de câncer, como de mama e próstata, são estimulados por hormônios. Para tratar esses tumores, utilizam-se drogas que bloqueiam a ação do hormônio sobre a doença. No caso do câncer de mama, recorre-se ao bloqueador do hormônio feminino estrogênio, caso o tumor manifeste receptor para o mesmo.
 
No caso do câncer de próstata, bloqueia-se a ação da testosterona, o que pode ser feito com a retirada dos testículos (orquiectomia) ou por castração química, por meio de medicações. Esses bloqueios hormonais são chamados de hormonioterapia.

Iodoterapia
São injeções endovenosas de um material radioativo líquido, no caso o Iodo-131, para tratamento de câncer de tireóide, uma vez que esses tumores captam iodo. É um tratamento realizado por especialistas em Medicina Nuclear e não por especialistas em radioterapia.
 
Quando a cirurgia é necessária?
Vários tipos de tumores necessitam que a doença macroscópica seja retirada para um controle efetivo. A decisão vai depender do tipo de câncer e do estágio em que ele se encontra. São exemplos da obrigatoriedade da cirurgia tumores iniciais de mama, de próstata, de cabeça e pescoço, de pulmão, de estômago, de reto, de endométrio entre outros.

iG

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