Mais de 500 especialistas da saúde pediram aos deputados britânicos que apoiem a proibição de fumar em carros com crianças para evitar o fumo passivo, informou nesta sexta-feira (7) a revista British Medical Journal. Médicos e enfermeiras assinaram uma carta publicada no BMJ antes dos deputados votarem nesta segunda-feira no Parlamento uma emenda à Lei de Crianças e Famílias que proíbe o cigarro em automóveis que transportem menores de 18 anos.
A carta dos especialistas na área da saúde afirma que a inalação de fumaça de cigarro é a "maior causa de doença em crianças" e provoca pequenos danos no desenvolvimento pulmonar, infecções de ouvido, meningite e morte súbita. O coordenador da carta, o médico Nicholas Hopkinson, disse que a medida poderia "proteger a saúde de centenas de milhares de crianças de todo o país" que estão expostas a "perigos comprovados".
O texto afirma que a cada ano são registrados no Reino Unido 300 mil casos de atendimento primário, 9.500 dão entrada em hospitais, pelo menos 200 casos são de meningite bacteriana e 40 mortes súbitas infantis relacionadas com a inalação da fumaça do cigarro, segundo estimativas do Real Colégio de Médicos.
Contra a medida, o diretor de Forest, grupo a favor do tabaco, Simon Clark, declarou à imprensa que a medida é uma "intromissão desnecessária na vida pessoal de cada um", já que o governo não pode ordenar "como cada cidadão deve se comportar".
Segundo Clark, o Executivo deveria assumir uma posição nesta problemática "agindo na educação e não na legislação". Este tipo de proibição já existe e está sendo reforçada em países como Austrália, Canadá, África do Sul e Estados Unidos. No Reino Unido, há alguns anos é proibido fumar no trabalho e em lugares públicos fechados.
EFE / R7
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