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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Má notícia para quem tem pai e mãe com Alzheimer

De acordo com um novo estudo, do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York (EUA), adultos de meia-idade que têm a infelicidade de ter ambos os pais com doença de Alzheimer podem enfrentar ainda outra preocupação: um risco aumentado de alterações cerebrais relacionadas a condição, antes mesmo de sintomas aparecerem.
 
Os pesquisadores descobriram que adultos saudáveis com dois pais afetados pela doença eram mais propensos a mostrar certas anormalidades em exames cerebrais. Os cientistas ainda não entendem o que isso significa, porque ninguém sabe se essas alterações precoces vão com certeza levar ao Alzheimer.
 
O estudo
Todos os 52 adultos saudáveis participantes do estudo, a maioria na faixa dos 40 e 50 anos, tinham função mental normal e passaram por ressonâncias magnéticas e tomografias do cérebro.
 
Eles foram divididos igualmente em quatro grupos de 13: aqueles com dois pais com doença de Alzheimer, aqueles com uma mãe afetada, aqueles com um pai afetado e aqueles com dois pais sem a condição.
 
O grupo com dois pais afetados mostrou mais anormalidades cerebrais ligadas ao Alzheimer. Eles tinham, por exemplo, de 5 a 10% mais depósitos de beta-amiloide do que os outros três grupos. Eles também apresentaram o menor volume de massa cinzenta e um metabolismo mais lento de glicose, principal combustível do cérebro.
 
Em geral, as pessoas com dois pais com Alzheimer tinham o mais alto nível de indicadores da doença, seguido por pessoas cuja mãe era afetada, e depois aqueles com um pai afetado.
 
Um especialista que não participou do estudo, Jeremy Silverman, disse que a descoberta de um risco mais elevado no grupo com só a mãe afetada é interessante, já que pesquisas anteriores sugeriram que o risco de ter doença de Alzheimer pode ser maior nas pessoas quando a mãe, ao invés do pai, também tem a condição.
 
Se isso for verdade, poderia oferecer pistas sobre as raízes genéticas do Alzheimer. Há, por exemplo, um tipo de DNA – chamado DNA mitocondrial – que é herdado apenas da mãe.
 
Há muito tempo se sabe que uma forma rara da doença que surge antes dos 65 anos, chamada doença de Alzheimer esporádica de início precoce, é causada por mutações genéticas passadas dos pais para os filhos.
 
A pesquisa recente sugere que também existe um componente genético para a forma mais comum da doença, de início tardio.
 
Nada mudou
Por enquanto, não há nenhum uso prático para os resultados do estudo. Ninguém deve sair correndo para fazer ressonâncias e tomografias do cérebro a fim de medir esses indicadores da doença, primeiro porque não sabemos se quem tem esses marcadores realmente desenvolverá Alzheimer, e depois porque ainda não há cura para a doença, nem nada que os médicos possam fazer para impedir seu desenvolvimento.
 
Se os pesquisadores conseguirem criar drogas que ajudem a prevenir a condição, pode-se imaginar um futuro em que as pessoas com um forte histórico familiar de Alzheimer sejam submetidas a uma varredura do cérebro para procurar marcadores precoces da doença.
 
Por enquanto, as pessoas com histórico familiar de Alzheimer podem se concentrar em levar um estilo de vida saudável recomendado para todos, com uma dieta equilibrada e exercício físico regular.
 
Estudos têm indicado que os mesmos fatores que podem danificar o coração – como pressão alta, colesterol alto, obesidade e diabetes – levam a um aumento do risco de doença de Alzheimer. Essa não é uma ligação comprovada, mas já existem muitas outras razões para manter um estilo de vida saudável, então não custa tentar.
 
Próximos passos
Segundo os pesquisadores, o que é necessário agora é um acompanhamento de longo prazo dos participantes do estudo para ver se esses indicadores de mudanças no cérebro são mesmo alertas precoces para pessoas que se encontram em risco de desenvolver a doença.
 
Os cientistas enfatizam que só porque os filhos de pacientes com a doença têm esses indicadores, não significa que eles vão desenvolver Alzheimer.

Hypescience

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